Agência Estado
postado em 04/10/2018 22:38
O candidato ao governo de Minas Gerais pelo PSDB, Antonio Anastasia, realizou nesta quinta-feira, 4, o último comício da campanha na cidade de Mariana, palco da tragédia ambiental após o rompimento da barragem de Fundão. Mesmo mencionando a catástrofe no evento, o senador não tem nenhuma ação prevista em seu plano de governo relacionada à recuperação das comunidades atingidas ou propostas específicas para a cidade.
Apesar disso, durante o discurso no comício - no último dia permitido pela legislação eleitoral para a realização deste tipo de ato público - Anastasia lembrou da tragédia por conta da situação de desemprego provocada pela paralisação da operação da Samarco.
"Nós teremos novamente a Samarco funcionando, teremos empregos e o clima de normalidade de volta à cidade", disse o senador.
Anastasia ainda afirmou que atuou no Senado para alterar uma lei que direciona as multas ambientais para o governo federal, para que parte "substancial" dos acordos passasse a ser enviada para o município atingido. Além disso, o candidato fez críticas ao principal adversário na disputa eleitoral, o atual governador Fernando Pimentel, do PT, por ter, segundo ele, retido repasses do governo estadual para as prefeituras.
De acordo com a assessoria de imprensa do candidato, o plano de governo foi montado com diretrizes gerais e sem prever ações específicas para determinadas regiões ou situações. A ideia de encerrar a campanha em Mariana estava relacionada com o fato da cidade ter sido a primeira capital do Estado.
Mesmo mencionando a tragédia, Anastasia não falou sobre a recuperação de comunidades, como Bento Rodrigues. "Foi um grave acidente, mas as medidas principais foram sendo adotadas ao longo desse período. Agora temos de pôr para frente e fazer voltar a Samarco", disse o senador ao Estado.
Em novembro de 2015, a barragem de rejeitos de mineração da Samarco, braço de operação da Vale, rompeu, provocando uma enxurrada que devastou cerca de nove comunidades na área rural de Mariana, deixando 19 pessoas mortas. Os rejeitos provocaram o maior desastre ambiental da história brasileira.
Na última quarta-feira, 3, o Ministério Público de Minas Gerais chegou a um acordo com a Samarco, pelo qual os atingidos pela tragédia deverão negociar os valores da indenização diretamente com a Fundação Renova, organização formada por representantes da empresa, das suas duas controladoras - BHP Billiton e Vale -, e do setor público.