postado em 05/10/2018 13:23
Agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) prenderam em flagrante, na noite desta quinta-feira (4/10), em Alagoas, três homens suspeitos de crimes eleitorais. Com os homens foram apreendidos material de campanha de candidatos, uma lista com os dados pessoais de diversos eleitores e pouco mais de R$ 13 mil.
Segundo a PRF, o carro em que os três estavam foi abordado próximo à Unidade Operacional de Polícia de Carié, na zona rural do município de Canapi, no nordeste alagoano. Desconfiados de que, ao avistar a barreira policial, o condutor do veículo tentou desviar para evitar passar pelo posto de vigilância, os policiais decidiram seguir o carro e abordá-lo.
Ainda de acordo com a PRF, a lista contendo informações pessoais de diversas pessoas, como número do título de eleitor, foi encontrada em um caderno que também continha anotações que os policiais concluíram ser a programação de transporte dos eleitores para votar no próximo domingo (7/10).
Inicialmente, o motorista afirmou que havia sacado o dinheiro pouco tempo antes, mas quando os policiais exigiram que ele comprovasse o saque, mudou sua versão e informou que só falaria na presença de seu advogado. Todo material apreendido e os três homens foram encaminhados para a delegacia da Polícia Federal.
Operação Eleições
A PRF começou a zero hora de hoje (5/10) a Operação Eleições 2018. Até as 23h59 do próximo domingo (7/10), a fiscalização será intensificada nas rodovias federais de todo o Brasil. A ação visa a garantir a segurança dos eleitores que trafegam na estrada até os seus locais de votação e a coibir os crimes eleitorais.
A expectativa da PRF é de aumento do fluxo de veículos nas rodovias de todo o Brasil a partir de hoje (5/10). No período, policiais federais também auxiliarão no transporte de urnas, escoltas e outras solicitações da Justiça Eleitoral.
De acordo com as autoridades federais, a semana que antecede as eleições tende a registrar um aumento do número de denúncias envolvendo crimes eleitorais, devido à intensificação da disputa pelo voto dos eleitores.
Só esta semana, a PF fez três apreensões de grandes quantias em dinheiro que, supostamente, seriam usados na compra de votos. Na segunda-feira (1;/10), a corporação cumpriu quatro mandados de busca e apreensão e um de prisão preventiva contra alvos da Operação Cheque Benefício, deflagrada para investigar um suposto esquema de compra de votos em Roraima. De acordo com as investigações preliminares, os suspeitos prometiam fraudar a concessão de benefícios previdenciários, favorecendo eleitores que votassem para um candidato a deputado. Além de manipular as eleições, o esquema causaria um prejuízo de mais de R$ 650 mil aos cofres públicos.
No mesmo dia, policiais de Tocantins detiveram um homem que tinha acabado de sair de um banco de Araguaína com cerca de R$ 500 mil em uma mala. Desconfiando de que a quantia seria usada na prática de crimes eleitorais, a Polícia Civil encaminhou o suspeito à delegacia da PF em Araguaína (TO).
O homem detido é o advogado e empresário Luiz Olinto Rotoli Garcia de Oliveira, irmão do deputado estadual Olyntho Neto, candidato à reeleição pelo PSDB. Eles estava na companhia de um policial militar que presta serviço à Assembleia Legislativa. Os dois usavam um veículo oficial que, segundo a assessoria da assembleia, fica aos cuidados do deputado Olyntho Neto. Um inquérito foi instaurado para apurar os fatos. Oliveira nega que o dinheiro seria usado em qualquer campanha eleitoral e afirma que a quantia é fruto de uma herança familiar. O deputado Olyntho Neto também negou envolvimento com o caso, afirmando que seu irmão é um empresário que tem suas próprias atividades profissionais.
No dia seguinte, policiais militares de Tocantins detiveram dois homens que transportavam mais de R$ 1,2 milhão em malas encontradas em um táxi abordado na rodovia TO-050, durante uma ação de rotina. O motorista do táxi e o piloto de um jato executivo que aguardava pelos dois homens presos também prestaram depoimento na superintendência da PF, em Palmas, e liberados.
De acordo com a PF, os dois homens presos não souberam informar a origem do dinheiro, que foi depositado na Caixa Econômica Federal, conforme determina a legislação que trata de bens confiscados e apreendidos. Além da suspeita de envolvimento em crime eleitoral, um dos dois homens foi preso em flagrante por uso de documento falso, lavagem de dinheiro e porque tinham um mandado de prisão em aberto.