Renato Souza, Murilo Fagundes*
postado em 07/10/2018 22:48
Diversos réus e denunciados na Operação Lava Jato foram reeleitos no pleito deste ano pelo país. Além do ex-senador Aécio Neves (PSDB-MG) e da ex-senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), que se elegeram com expressiva votação como deputados federais, outros nomes investigados ganharam o aval do eleitorado para, mais uma vez, assumirem cargos políticos. Na Presidência, o candidato Fernando Haddad, do PT, conquistou uma vaga no segundo turno para enfrentar Jair Bolsonaro, do PSL. Por outro lado, denunciados e investigados na maior operação de combate à corrupção da história foram derrotados em estados como Bahia e Minas Gerais.
Em abril deste ano, o tucano Aécio Neves, que tentou ser eleito como presidente em 2014, foi acusado pelo Ministério Público de receber R$ 2 milhões do empresário Joesley Batista, da JBS, para influenciar nas investigações da Operação Lava-Jato. Passados seis meses da acusação, foi eleito com mais de 80 mil votos pelo eleitorado mineiro. Aécio foi o 18; deputado mais votado no estado.
Além do ex-governador de Minas Gerais, o senador Ciro Nogueira (PP), que foi alvo de recentes operações da Polícia Federal, foi eleito no Piauí. Em Alagoas, Renan Calheiros (MDB) ocupou uma das vagas para senador no estado. Ele, que já foi presidente do Senado, é alvo de mais de uma dezena de inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF).
A líder do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann, foi outra parlamentar já citada na operação que obteve sucesso na corrida eleitoral deste ano. A atual senadora, acusada de solicitar e receber dinheiro advindo de esquema de corrupção da Petrobras e depois absolvida pelo STF, foi a terceira deputada federal mais bem votada pelo eleitorado paranaense, com mais de 200 mil votos.
Sem mandato
Apesar dos nomes citados na Lava Jato que conseguiram uma vaga no Parlamento, outros nomes que marcaram as fases da operação não tiveram o mesmo destino. A ex-presidente Dilma Rousseff, citada como beneficiária de propina repassada para uso na campanha eleitoral, não obteve êxito em sua nova empreitada.
Apesar de receber 1,9 milhão de votos na disputa pelo Senado em Minas Gerais, ela não foi eleita. Dilma ficou em terceiro lugar, atrás de Rodrigo Pacheco (DEM), Jornalista Carlos Viana (PHS) e Dinis Pinheiro (PSD). Lúcio Vieira Lima, irmão de Geddel Vieira, também não conseguiu obter votos suficientes para ser eleito deputado federal em Minas Gerais. Ele é alvo de inquéritos abertos por determinação do ministro Edson Fachin no Supremo Tribunal Federal (STF).
*Estagiário sob supervisão de xxxx