Politica

Mestre de capoeira é assassinado após discussão sobre política na Bahia

Nota da Secretaria de Segurança do estado afirma que suspeito de assassinar o mestre Moa do Katendê alegou discussão política como motivação do crime. Ao falar com a imprensa, porém, o acusado negou versão

Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 08/10/2018 13:34

Moa do Katendê: vítima de 12 facadas nas costas

A Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) afirmou, por meio de nota, que o homem apontado pela Polícia Civil como assassino do mestre de capoeira Romualdo Rosário da Costa, conhecido como Moa do Katendê, 63 anos, "alegou discussão política como motivação do crime". Paulo Sérgio Ferreira de Santana, 36, é acusado de matar Moa com 12 facadas nas costas na madrugada desta segunda-feira (8/10), em Salvador.

De acordo com nota da secretaria, Paulo e Moa discutiram em um bar no bairro do Engenho Velho de Brotas. "Após desentendimento, o autor da agressão saiu do estabelecimento, buscou uma arma branca, na sua residência, e retornou ao bar", informa o texto. "No local, Paulo deu facadas nas costas de Romualdo, que estava sentado", acrescenta o comunicado.

Ao falar com a imprensa, no entanto, o suspeito negou que a discussão tenha sido motivada por política. Paulo admitiu o crime, mas argumentou que foi ofendido gratuitamente pela vítima. "Não foi poítica (o motivo da discussão). Ele que do nada (...) levantou eufórico e me chamou de viadinho e negro", afirmou. Ao ser perguntado o motivo das ofensas, Paulo diz não saber: "Não sei, eu não entendi" (assista abaixo).


No boletim de ocorrência do crime, segundo apuração do Estado de S. Paulo, contasta que o capoeirista teria declarado voto em Fernando Haddad (PT) e feito críticas ao candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro. De acordo com o documento, o assassino tinha chegado ao bar gritando o nome do capitão reformado.


Um ferido

Parente de Moa, Germínio do Amor Divino Pereira, 51, tentou ajudá-lo, mas acabou esfaqueado no braço e não consegui impedir o crime, segundo a SSP. Ele foi levado para o Hospital Geral do Estado (HGE). O suspeito foi preso em flagrante e levado para a delegacia de polícia.

Em depoimento à polícia, Paulo disse que foi xingado e que estava bêbado desde o início da manhã de domingo. "Em depoimento, ele comentou ainda que estava arrependido", informa a nota da secretaria.

Por meio de sua assessoria, a delegada Milena Calmon, responsável pelo caso, disse que outras testemunhas serão ouvidas para que o caso seja "totalmente esclarecido". A policial informou ainda que Paulo tinha envolvimento com outros dois casos de discussões em 2009 e 2014.

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