Politica

Witzel ameça dar voz de prisão a Paes em debates para o governo do Rio

Candidato afirmou que, caso seja alvo de difamação em debates pelo adversário, dará voz de prisão ao vivo

postado em 09/10/2018 16:10
Candidato ao governo do Rio pelo PSC, Wilson Witzel e família
Em vídeo postados nas redes sociais, Wilson Witzel (PSC), ex-juiz e candidato ao governo do estado do Rio de Janeiro, afirmou ter recebido várias calúnias e que dará voz de prisão a Eduardo Paes (DEM), ex-prefeito da capital e também candidato, se ele difamar ou disser mentiras durante debates televisivos.

;Mostre sua cara e vá ao debate falar essas mentiras que você vai ver a resposta. Cuidado que o crime de injúria está sujeito a prisão em flagrante. Conversa com seus advogados, porque se você falar mentira ao vivo eu vou te dar voz de prisão. Vai ser o primeiro candidato a governador a ter voz de prisão ao vivo num debate;, declarou.

Witzel alega de que vinha sendo alvos de notícias falsas durante toda a campanha do primeiro turno, mas devido a grande quantidade de postulantes era impossível saber de onde partiam os ataques. Agora no segundo, onde apenas Paes é seu adversário, o candidato aponta que ele seria o responsável e teria de responder por isso.

;É muito triste ver o outro lado se desesperando. Porque essas notícias saem evidentemente dos adversários. [...] Como magistrado, fui juiz por 17 anos, tenho uma capacidade muito superior que você imagina para fazer algumas avaliações, viu candidato? E essas fake news que estão aparecendo hoje, você vai ser responsabilizado por todas;, atestou o ex-juiz.

Ao final da gravação, Witzel manda ;um aviso; ao adversário. ;Cuidado com a sua língua. Cuidado porque você sabe que a língua é o chicote do rabo, diz um ditado popular;, explanou.

Assista ao vídeo na íntegra:

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Explicações

O ex-juiz foi lembrado nesta semana e teve de dar explicações sobre a sua presença em um ato de campanha em que os então candidatos Rodrigo Amorim e Daniel Silveira - eleitos, respectivamente, deputados estadual e federal pelo partido de Jair Bolsonaro, o PSL - destruíram uma placa em homenagem à vereadora Marielle Franco (PSOL), assassinada em março.


Vídeo gravado no dia 30, durante agenda de campanha em Petrópolis, na Região Serrana do Rio, mostra discurso de Amorim, no palanque, ao lado de Silveira e também de Witzel, destaca o jornal O Estado de S. Paulo.


"Esses vagabundos, eles foram na Cinelândia e, à revelia de todo mundo, pegaram uma placa da Praça Marechal Floriano, no Rio de Janeiro, e botaram uma placa escrito Rua Marielle Franco. Eu e Daniel essa semana fomos lá e quebramos a placa", discursou Amorim. "Jair Bolsonaro sofreu um atentado contra a democracia e esses canalhas calaram a boca. Por isso, a gente vai varrer esses vagabundos."


Em nota oficial, a assessoria do candidato informou que ele "participava de um ato de campanha em Petrópolis quando a placa foi quebrada por outro candidato". "Naquele momento, Wilson discursava sobre suas propostas de governo. Ele reitera o que já declarou outras vezes, que lamenta a morte de qualquer ser humano em circunstâncias criminosas e as investigações de homicídio devem ser conduzidas com rigor, e, assim, será feito caso seja eleito, dando respostas efetivas à sociedade", afirma a assessoria do candidato do PSC.

Ascenção

Analistas ouvidos pelo jornal dizem que a associação do ex-juiz com grupos evangélicos, agentes de segurança e, sobretudo, o seu alinhamento com a família Bolsonaro teriam sido decisivos para seu desempenho nas urnas no Domingo.


O ex-juiz federal chega ao segundo turno com o capital de 3,1 milhões de votos, mais do que o dobro do alcançado pelo ex-prefeito Eduardo Paes - 1,494 milhão -, candidato do DEM, que liderava todas as pesquisas de intenção de voto com pelo menos 10 pontos porcentuais de folga.


Em passagem rápida pela Central do Brasil nesta segunda-feira, 8, para cumprimentar eleitores, Witzel disse que as semelhanças programáticas com Bolsonaro e a presença nas ruas em agendas de campanha com Flávio Bolsonaro (PSL), filho mais velho dele e eleito senador, tiveram peso em sua votação.

Com informações da Agência Estado.


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