Politica

Alckmin se irrita e chama Doria de 'traidor' durante reunião do PSDB

A confusão começou quando o ex-prefeito de São Paulo João Doria questionou a baixa quantidade de recursos financeiros reservados para o segundo turno. Partido não vai apoiar ninguém no segundo turno

Lucas Valença - Especial para o Correio
postado em 09/10/2018 19:10
Geraldo Alckmin, presidente do PSDB
O clima esquentou na reunião do diretório nacional do PSDB, realizada em Brasília, nesta terça-feira (9/10). A confusão começou quando o ex-prefeito de São Paulo João Doria questionou a baixa quantidade de recursos financeiros reservados pelo partido para o segundo turno. A sigla ainda está na disputa pelo comando de seis estados, incluindo São Paulo, com o próprio Doria.

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A discussão também decorreu da decisão de liberar ou não os correligionários para escolher o candidato que desejam apoiar na disputa presidencial, entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT). Neste momento, o presidente da legenda, Geraldo Alckmin, se irritou e, segundo os presentes, chamou Doria de "traidor". Ao final da reunião, nenhum dos dois admitiu que o termo foi utilizado, mas também não negaram.
Um senador que presenciou o momento entendeu que a discussão decorreu de um "problema doméstico" entre Doria e Alckmin.

O deputado federal e tesoureiro do PSDB, Silvio Torres, explicou que a forma de distribuir os recursos tinha sido acordado entre os correligionários antes do pleito. Assim, caso quisessem um volume maior de dinheiro, os membros do partido, deveriam economizar da própria campanha. "(João) Doria foi o candidato do PSDB que mais recebeu recursos do partido. Foram cerca de 8 milhões, sendo que 1.5 milhão foi disponibilizado pelo próprio Alckmin", explicou o parlamentar.

Após a reunião, o candidato a governador de São Paulo, João Doria, afirmou que, "de sua parte", não há mágoa com relação às declarações de Geraldo Alckmin e que há o "perdão" do que foi desferido pelo candidato derrotado. No entanto, ele foi enfático ao questionar a forma de gerenciamento dos recursos pela legenda partidária . "Como pode um partido da dimensão do PSDB não ter um planejamento de 2; turno", questionou.

O ex-governador Geraldo Alckmin fugiu sobre o assunto e afirmou ao dizer que "não se faz política pela imprensa". Ele também informou que seja qual for o postulante ao Planalto que ganhe as eleições, ele fará oposição. "É tão patriótico ser governo, quanto oposição", bradou.

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