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Bolsonaro volta a criticar privatização da Eletrobras

"A gente vai vender para qualquer capital do mundo? Você vai deixar a nossa energia na mão da China? A gente pode conversar sobre distribuição, mas sobre geração não", disse

Agência Estado
postado em 09/10/2018 22:20

O candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, voltou a afirmar em entrevista à TV Bandeirantes que tem resistências com a privatização da Eletrobras.


Ele comentou que, se for eleito, no setor de energia elétrica "a gente não vai mexer". Na mesma resposta, o candidato disse não ser contrário às privatizações na área, mas pontuou as reservas que têm.

"A gente vai vender para qualquer capital do mundo? Você vai deixar a nossa energia na mão da China? A gente pode conversar sobre distribuição, mas sobre geração não", afirmou, em entrevista gravada na tarde desta terça-feira (9/10) e exibida à noite no Jornal da Band.

Bolsonaro se comprometeu mais uma vez com a privatização das empresas que dão prejuízo.

Especificamente sobre Petrobras, ele disse que o "miolo da empresa tem de ser preservado". Em relação aos preços de combustíveis, Bolsonaro comentou que "faltam dados para melhor análise" sobre o modelo a ser adotado.

Em coletiva de imprensa, porém, Bolsonaro disse que estatais que dão prejuízo "e servem de cabide de emprego" serão imediatamente extintas ou privatizadas em seu eventual governo. Porém, ele ponderou que "não será inconsequente" nos cortes.

"Existem estatais estratégicas, como do setor energético, Banco do Brasil e Caixa Econômica, que nós não pretendemos mexer nelas", afirmou.

Impostos

Na entrevista, o candidato do PSL disse ainda que acertou com o economista Paulo Guedes que, de imediato, está descartado o aumento de impostos. "Ele vai negociar, não vai ter canetaço", afirmou.

O capitão se comprometeu ainda em reduzir a carga tributária para o setor produtivo, aos moldes da reforma feita nos Estados Unidos pelo presidente Donald Trump.

De acordo com Bolsonaro, Guedes está conversando com "várias pessoas" sobre economia, mas não adiantou o nome de ninguém. Ele também afirmou que o Banco Central será independente politicamente.

Previdência

Bolsonro afirmou ainda que, em um eventual governo dele, a reforma da Previdência será tratada "vagarosamente".


"Se você fizer com calma e devagar, você chega lá", afirmou, em entrevista gravada à tarde e exibida à noite no Jornal da Band, ao comentar sobre o ritmo de aprovação da reforma da Previdência. "Não é como muitos querem. Não adianta querer botar remendo novo em calça velha."

Na avaliação do candidato, o grande gargalo da Previdência é o serviço público. "Por exemplo, um homem do serviço público se aposenta hoje com 60 anos. Vamos botar 61. Você aprova. Se você botar 65 logo de cara, você não vai aprovar porque a esquerda vai fazer uma campanha enorme, dizendo, por exemplo, que no Piauí a expectativa de vida é de 69 anos de idade", afirmou.

Bolsonaro disse ainda que vai "acabar com as incorporações" salariais no momento da aposentadoria. Ele afirmou também que não pode tratar o policial militar e os membros das Forças Armadas da mesma forma que os outros trabalhadores. "O que não pode é fábrica de marajás", disse.

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