Lucas Valença - Especial para o Correio, Deborah Fortuna
postado em 11/10/2018 14:38
O presidente nacional do MDB, Romero Jucá (RR), anunciou, nesta quinta-feira (11/10), que o partido manterá uma posição de neutralidade durante o segundo turno das eleições presidenciais e ressaltou que o partido também vai ser "independente" no próximo governo. Segundo ele, as decisões foram tomadas em conjunto pela executiva nacional.
"Não vamos apoiar nenhum dos candidatos e estamos liberando os membros do MDB para votarem de acordo com suas consciências e com a conjuntura estadual", disse o senador, que não conseguiu se reeleger nestas eleições. A opção de liberar a bancada está ligada a fatores regionais do partido, que disputar três governos estaduais neste segundo turno.
Questionado se o MDB faria oposição ao próximo governo, Jucá afirmou que "ser oposição é ser contra o Brasil". No entanto, defendeu posição de autonomia e declarou que a legenda tende a viver um novo momento. "No que for bom (para o país), nós vamos apoiar e votar a favor. No que for ruim, vamos denunciar", explicou, antes de completar: "Vamos fazer política com liberdade, coisa que o MDB não tinha condições de fazer".
Por 426 votos, o emedebista não se reelegeu ao Senado. Ele diz que as circunstâncias locais e a crise de imigração vivida por Roraima foram decisivos para a derrota eleitoral. No entanto, Jucá também atribuiu culpa à Operação Lava-Jato. Segundo o senador, a investigação e a mídia condenaram os políticos "de véspera". "Foi um linchamento sem julgamento. Todo mundo está pagando o preço", acredita.
Apoios
Entre os partidos que já se posicionaram no segundo turno, Novo, PP, PSD, DEM, PR, Patriota, Rede, PSDB, DC e Solidariedade optaram pela neutralidade, visando também os acordos estaduais. Por outro lado, o candidato do PSL é apoiado pelo PTB; e o petista recebe apoio do PDT (com críticas), PSB, Psol, PSTU e PPL.
Na pesquisa DataFolha, divulgada na quarta-feira (10/10), o capitão reformado largou na frente na disputa pelo Planalto, no segundo turno. Ele aparece com 58% dos votos válidos contra Haddad, com 42%. Em votos totais (considerando brancos e nulos), Bolsonaro aparece com 49% e Haddad com 36%. Brancos e nulos somam 8%, enquanto os indecisos chegam a 6%.
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