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Bolsonaro e Haddad opinam sobre temas relevantes em entrevista

Operação Lava-Jato, porte de arma e Bolsa Família estiveram entre os temas abordados pelo programa RedeTV News

Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 11/10/2018 20:39
Jair Bolsonaro e Fernando Haddad
Os candidatos que disputam o segundo turno da eleição presidencial, Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT), falaram sobre diversos temas na noite desta quinta-feira (11/10), no programa RedeTV News. Os dois foram ouvidos separadamente e as entrevistas foram gravadas. Confira as opiniões dos candidatos sobre os temas levantados:

Impostos

Bolsonaro: Disse que sua equipe econômica vai reduzir a carga tributária. Também mencionou a proposta de universalizar o Imposto de Renda em 20%, excluindo quem ganha até cinco salários mínimos. Segundo ele, o sistema foi adotado na Inglaterra e, recentemente, nos Estados Unidos por Donald Trump "e deu certo".
Haddad: "Se você ganha até cinco salários mínimos, você vai deixar de pagar Imposto de Renda. Isso vai fazer com que você aumente sua renda disponível, vá ao mercado de consumo, compre mais. Com maior consumo, as pessoas vão ter que produzir mais e gerar mais empregos."

Regulação da mídia

Bolsonaro: O candidato do PSL defendeu a liberdade de imprensa e diz que não fará qualquer tipo de regulação. "A mídia tem que ser livre, em especial a internet", afirmou. "Imprensa livre é sinônimo de democracia e liberdade", acrescentou.
Haddad: Uma família não pode ser dona da rádio de maior audiência, da tevê de maior audiência e do jornal de maior circulação de um mesmo estado. Isso impede você de se informar melhor sobre os assuntos do seu interesse. Isso significa pluralidade de informações, não menos.

Lava-Jato

Bolsonaro: O deputado exaltou a figura do juiz federal Sérgio Moro, a quem chamou de "homem espetacular" e defendeu que Moro e outras forças, como a Polícia Federal, tenham "liberdade para combater um dos maiores males do Brasil que é a corrupção".
Haddad: Tem que ser apoiada. Temos que fortalecer, cada vez mais, os órgãos de combate à corrupção, como já fizemos. A Polícia Federal tem que ser fortalecida, o Ministério Público tem que ser fortalecido. O Judiciário independente tem que ser fortalecido.

Porte de arma

Bolsonaro: Fez uma diferenciação entre porte e posse de arma. Defendeu o fim da restrição para o segundo. "Pretendo, sim, no que depender de mim, fazer com que todo cidadão de bem, caso queira ter uma arma dentro de casa, com alguns critérios, possa ter", disse. Em relação ao porte (que é o direito de andar armado na rua), Bolsonaro afirmou que ele "não pode ser tão rígido" como é atualmente.
Haddad: Quem tem que portar armas é a polícia pra ter que garantir o direito à segurança, que é um direito seu. E no meu governo vai ter uma novidade: a PF vai passar a enfrentar organizações criminosas. O crime organizado não é mais regional, é nacional.

Número de ministérios

Bolsonaro: Segundo o candidato, o número de ministérios foi "expandido para atender interesses políticos". Bolsonaro também criticou a política do "toma lá dá cá" e defendeu que terá cerca de 15 ministérios, com ministros nomeados por "critérios técnicos".
Haddad: Há alguns ministérios que foram extintos e trouxeram grandes problemas. Como o da Ciência e Tecnologia, que vamos recuperar. Vamos ter também criar ministérios de promoção de igualdade racial e de políticas para mulheres, e os que foram extintos vão ser recuperados.

Agronegócio

Bolsonaro: O candidato afirmou que pretende fundir os ministérios do Meio Ambiente e da Agricultura, a fim de combater o que chamou de "indústria da multa". "O homem do campo está sendo ameaçado o tempo todo por fiscais", avaliou. Ele também descartou a possibilidade de demarcar terras indígenas e disse que pretende "tipificar as ações do MST como terrorismo".
Haddad: Ele é muito importante para o Brasil porque produz alimentos, e exportações. Temos que apoiar, mas com algumas observações. Terra é para produzir e não ser improdutiva. Vamos produzir com menos agrotóxico, com respeito ao ambiente e estimular agricultura familiar.

Liberação das drogas

Bolsonaro: "Zero. Não passa pela minha cabeça. Algumas pessoas dizem que vai diminuir a violência. Não vai. Se fosse verdade, não teríamos contrabando de cigarro", pontuou Bolsonaro, acrescentando que pretende combater o tráfico nas fronteiras.
Haddad: Traficante tem que estar na cadeia, usuário tem que ter tratamento. Tratar a questão como um crime e outro como saúde pública. O jovem precisa saber com antecedência os efeitos da droga. E se acabar ;caindo nas drogas;, temos que tratá-lo e recuperá-lo.

Educação

Bolsonaro: Afirmou que vai buscar um ministro "que afaste a filosofia de Paulo Freire" e defendeu um "currículo decente, voltado para o aprendizado". "Não temos que falar de ideologia de gênero."
Haddad: Nossa maior atenção vai ser ensino médio. A juventude precisa ser melhor assistida. Temos que ampliar educação de tempo integral, educação profissional na juventude. O ensino médio, que é de responsabilidade do governador, vai receber maior atenção do presidente.

Programa Mais Médicos

Bolsonaro: "Da forma que está aí, não. Esse programa foi para atender interesses cubanos", opinou o candidato, que ainda afirmou que pretende criar "uma carreira típica de Estado, para que o médico vá para esses locais mais distantes".
Haddad: Um dos nossos maiores legados de governo, mas precisamos dar um passo atrás para que você tenha acesso à médico especialista. O Mais Médicos é atenção básica. O programa vai mudar de patamar. É o que você conhece com essa melhora de especialista na região.

Privatizações

Bolsonaro: O candidato disse querer "o Estado necessário" e manifestou a inteção de privatizar ou extinguir "quase todas" as estatais. Algumas exceções, segundo Bolsonaro, seriam as empresas de geração de energia, o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e o Banco do Nordeste.
Haddad: Petrobras, Eletrobras, Correios, Banco do Brasil, Caixa, são estatais, intocáveis. É um patrimônio do Brasil. Geralmente quando vendem, vendem à bacia das almas, a preço de banana, como aconteceu nos anos 1990.

Bolsa Família

Bolsonaro: Na opinião do candidato, o programa "não pode ser utilizado para ganhar votos". Ainda de acordo com Bolsonaro, seu vice, General Mourão, e seu coordenador econômico, Paulo Guedes, "decidiram conceder 13; para quem ganha o Bolsa Família". O deputado ainda disse que as notícias de que vai acabar com o programa são "fake news pregadas pela esquerda". "Muito pelo contrário. Vamos dar o Bolsa Família para quem merece e precisa dele."
Haddad: Para o governo do adversário, o pobre é parte do problema. Para nós, é solução. Quando você dá poder ao trabalhador, você aquece a economia. Assim, geramos, em 12 anos, 20 milhões de empregos. Não podemos esquecer disso.

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