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Saiba quem são os "velhos novos conhecidos" que ganharam vagas no Senado

Confira o perfil dos oito novatos na Casa, mas que carregam a experiência da política brasiliense.

Jorge Vasconcelos
postado em 13/10/2018 07:00
Do grupo de 46 novos senadores eleitos no último domingo, 22 trarão a experiência acumulada em mandatos cumpridos na Câmara dos Deputados. Alguns integraram importantes comissões e atuaram em momentos decisivos da política brasileira. Um deles é Jaques Wagner (PT-BA), que cumpriu três mandatos de deputado federal e chefiou os ministérios da Defesa e da Casa Civil à época do processo que culminou no impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.

Ex-colega de governo de Wagner, o emedebista Marcelo Castro, do Piauí, também está entre as novas caras do Senado, após uma eleição que renovou 85% das 54 cadeiras em jogo ; apenas oito senadores conseguiram a reeleição. Deputado federal em exercício do mandato, Castro foi ministro da Saúde de Dilma.

O grupo de senadores novatos inclui nomes nem tão conhecidos nacionalmente, como Izalci Lucas (PSDB-DF), Weverton Rocha (PDT-MA), Rodrigo Pacheco (DEM-MG), Zequinha Marinho (PSC-PA), Eduardo Gomes (SD-TO) e Veneziano Vital do Rêgo (PSB-PB). Confira o perfil dos oito novatos na Casa, mas que carregam a experiência da política brasiliense.

Veteranos em casa, novatos no Senado


Jaques Wagner

Jaques Wagner (PT-BA)

Aos 67 anos, foi o mais votado para o Senado na Bahia, com 35,63% dos votos. Filho de judeus poloneses refugiados do nazismo, ele chegou a Salvador em 1974, após deixar a capital carioca, onde nasceu e cursava engenharia civil, fugindo da ditadura militar. Tornou-se o primeiro presidente do PT na Bahia e um dos fundadores da Central Única dos Trabalhadores. Foi deputado federal em 1990, 1994 e 1998. Depois, ministro do Trabalho no governo Lula e, em 2006, governador da Bahia. Comandou, entre 2015 e 2016, os ministérios da Defesa e da Casa Civil, no governo Dilma. Atualmente, é secretário estadual do Desenvolvimento Econômico.

Eduardo Gomes

Eduardo Gomes (SD-TO)

Nascido em Estância (SE), o empresário de 52 anos é filho do poeta, músico e escritor José Gomes Sobrinho e sempre foi engajado em movimentos sociais e culturais, como a luta pela criação do estado do Tocantins, na década de 1980. Foi secretário municipal em Xambioá (TO), Araguaína (TO) e Palmas (TO). Na capital tocantinense, exerceu dois mandatos como vereador entre 1997 e 2003. Foi deputado federal por três mandatos, entre 2003 e 2015, período em que presidiu a Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática. No último domingo, ele liderou a votação para o Senado no Tocantins (19,48%).

Izalci Lucas

Izalci Lucas (PSDB-DF)

Com 62 anos, é formado em contabilidade. Foi bancário, professor e sindicalista. Nascido em Araújos (MG), se elegeu deputado distrital e assumiu a gestão da Secretaria de Ciência e Tecnologia durante os governos de Joaquim Roriz e José Roberto Arruda. Está no terceiro mandato de deputado federal. Na Câmara, foi um dos autores da Emenda Constitucional 85, também chamada de PEC da Inovação, e presidiu comissões. Em uma delas, ampliou o Pronatec, com oferta de mais bolsas e aumento do número de instituições. Ficou em segundo lugar na votação do DF para o Senado (15,3%).

Weverton Rocha

Weverton Rocha (PDT-MA)

Foi o mais votado na eleição para o Senado no Maranhão, com 35% dos votos. Nascido em Imperatriz e hoje com 39 anos, ele começou na política como líder do movimento estudantil. Foi presidente da União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Luís, vice-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) e delegado da Organização Continental Latino-Americana e Caribenha de Estudantes. Atuou como membro do Conselho Estadual da Juventude (CEJOVEM),
de 2007 a 2009. Elegeu-se deputado federal em 2010 e conquistou um novo mandato em 2014. Na Câmara,
integrou várias comissões.

Rodrigo Pacheco

Rodrigo Pacheco (DEM-MG)

Nascido em Porto Velho (RO), o advogado e especialista em direito penal tem 41 anos. Elegeu-se para um cargo político pela primeira vez em 2014, quando conquistou uma cadeira na Câmara dos Deputados pelo MDB. No Legislativo, ganhou visibilidade no período em que foi presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Na gestão, chegaram à Câmara o processo de impeachment contra Dilma Rousseff e denúncias envolvendo o presidente Michel Temer (MDB). Candidatou-se a prefeito de Belo Horizonte em 2016, mas ficou em terceiro lugar. Migrou para o DEM e foi o senador mais votado no estado (20,54%).

Zequinha Marinho

Zequinha Marinho (PSC-PA)

O pedagogo de 59 anos nasceu em Araguacema (PA). Ingressou na política em 1994, como deputado estadual pelo PDT. Conseguiu a suplência, mas foi efetivado como titular em 1997 e reelegeu-se em 1998. Em 2002, passou a deputado federal. Saiu do PDT para o PMDB e o PSC ; chegou a se desligar em 2005 do último, mas retornou no mesmo ano. Em 2006, foi eleito de novo deputado federal e voltou ao PMDB, mas seguiu para o PSC, onde conseguiu novo mandato na Câmara. Em 2014, se tornou vice-governador do Pará, na chapa de Simão Jatene, do PSDB. No domingo, se elegeu com 19,62% dos votos.

Veneziano Vital do Rego

Veneziano Vital do Rêgo (PSB-PB)

O advogado de 48 anos liderou a votação para o Senado na Paraíba, com 24,63% dos votos. Nascido em Campina Grande, ele é filho da ex-deputada Nilda Gondim e do ex-deputado Antônio Vital do Rêgo (já falecido), e irmão do ex-senador e atual ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Vital do Rêgo Filho. Em 1996 e 2000, foi eleito vereador em Campina Grande e, em seguida, conquistou o comando da prefeitura em 2004 e em 2008. Em 2014, elegeu-se deputado federal pelo antigo PMDB. Na Câmara, foi membro das comissões de Constituição e Justiça, de Turismo e de Ciência e Tecnologia. Em abril deste ano, anunciou filiação ao PSB.

Marcelo Castro

Marcelo Castro (MDB-PI)

Nascido em São Raimundo Nonato (PI), o médico psiquiatra de 68 anos, foi o segundo mais votado para o Senado no Piauí, com 26,84% dos votos. Tornou-se o deputado estadual em 1982 e se reelegeu em 1986 e em 1990. Desde 1999, é deputado federal pelo Piauí. Foi ministro da Saúde no governo Dilma Rousseff, de outubro de 2015 a abril de 2016. À frente da pasta, investiu no fortalecimento do SUS e teve o reconhecimento da Organização Mundial da Saúde pelas medidas adotadas no enfrentamento à 1; epidemia do zika vírus no Brasil.
É o atual presidente da Executiva Estadual do MDB.

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