O economista Ricardo Carneiro, membro da equipe do presidenciável Fernando Haddad (PT), disse que vê a possibilidade de elevar o volume nacional de investimentos para o patamar de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) nos próximos dois anos e chegar a 6% em quatro anos.
Carneiro ainda afirmou que a regra atual de congelamento dos gastos públicos com investimentos e áreas sociais "não é apenas injusta, mas também inviável".
"Há um crescimento endógeno da Previdência, e isso vai esmagar o conjunto dos outros gastos. É preciso estabelecer um limite, mas não congelar", disse Carneiro, que participou de debate realizado no Sindicato da Indústria da Construção do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP).
Segundo os organizadores do evento, a equipe do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) também foi procurada para participar do debate, mas não enviou representantes sob a justificativa de incompatibilidade de agenda.
Orçamento
Carneiro propôs também a criação de um orçamento de investimentos plurianual, não contingenciável, e que fique de fora do cômputo do superávit primário, para atender a demanda de aportes em infraestrutura, habitação, defesa, segurança, educação e saúde. "Serão quatro anos com recursos garantidos, que não poderão ser comprimidos", disse.
Segundo ele, os aportes abrigariam obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), assim como do Minha Casa Minha Vida (MCMV), e os recursos poderiam vir da concessão de projetos e arrecadação de outorgas, além da impostos gerados pelas próprias obras e prestações de serviços. "Essa questão dará solução permanente ao financiamento da infraestrutura e da habitação de interesse social no Brasil", afirmou.
Carneiro disse ainda que pretende atingir o número de contratações do MCMV em 500 mil unidades por ano, com ênfase na faixa 1, que atende a famílias de baixa renda e que requer subsídios do orçamento da União.
O economista estimou que nos próximos anos serão precisos R$ 10,2 bilhões de recursos para esses subsídios. "O governo que ganhar terá a oportunidade de negociar ainda neste ano o orçamento. Há espaço para isso", disse.