Estado de Minas
postado em 19/10/2018 20:17
O WhatsApp está tomando medidas contra empresas que atuam com envio em massa de mensagens com conteúdos falsos ou enganosos. A informação foi repassada hoje (19/10) à Agência Brasil pela assessoria da empresa.
Nessa quinta-feita, o jornal Folha de S. Paulo publicou reportagem segundo a qual empresas de marketing digital custeadas por empresários estariam disseminando conteúdo em milhares de grupos do aplicativo.
De acordo com a nota da empresa, o WhatsApp está ;tomando medidas legais imediatas para impedir empresas de enviar mensagens em massa via WhatsApp;. A companhia também informou que baniu contas associadas a estas empresas.
No comunicado, a assessoria da empresa informou que foram canceladas também ;centenas de milhares de contas durante o período das eleições no Brasil;. ;Temos tecnologia de ponta para detecção de spam que identifica contas com comportamento anormal para que não possam ser usadas para espalhar spam ou desinformação;, acrescentou a nota.
A reportagem da Folha de S. Paulo apontou uma rede de empresas de marketing digital contratadas para efetuar os disparos em massa. Os contratos, que chegariam até R$ 12 milhões, seriam bancados por empresários próximos ao candidato, como Luciano Hang, da rede de varejo catarinense Havan.
Ações
Ontem (18/10), o PT entrou com uma ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cobrando apuração do ocorrido. Além de investigação dos empresários e de seu vínculo com a candidatura Bolsonaro, o partido requereu que a Justiça Eleitoral dê ao WhatsApp 24 horas para promover um plano de contingência que bloqueie o envio das mensagens em massa pelas firmas de comunicação digital citadas na reportagem.
Pelo Twitter, Jair Bolsonaro afirmou que não tem controle sobre apoios voluntários e afirmou que o PT não está sendo prejudicado por ;fake news;, mas pela ;verdade;. Em seu perfil no Facebook, Luciano Hang disse que vai processar a Folha de S. Paulo e desafiou o jornal a mostrar os contratos de envio de mensagens em massa.
Preocupação
O fenômeno das notícias falsas vem marcando as eleições deste ano. A missão internacional da Organização dos Estados Americanos (OEA) manifestou preocupação com o fenômeno da desinformação durante o 1; turno.
No balanço da votação do 1; turno, a presidente do TSE, ministra Rosa Weber, também alertou para o problema, em especial vídeos e mensagens colocando em dúvida a lisura do processo eleitoral.
A rede social WhatsApp tem sido o foco de maior preocupação. Estudo de professores da USP e UFMG e Agência Lupa em 347 grupos na plataforma encontrou entre as imagens mais compartilhadas um índice de apenas 8% de caráter verdadeiro.
Com informações da Agência Brasil