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Jungmann vê com cautela conclusão de investigações antes do segundo turno

O ministro da Segurança Pública ressaltou, mesmo assim, a importância de celeridade nos casos


A seis dias do segundo turno, o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, reabriu, nesta segunda-feira (22/10), o Centro Integrado de Comando e Controle para a segurança nas eleições, em Brasília. Depois de se reunir a secretários de segurança pública dos estados, e com os advogados de defesa dos candidatos à Presidência, o ministro garantiu preocupação com a celeridade das investigações de crimes eleitorais, mas sustentou que casos complexos podem levar mais tempo para serem desvendados, não necessariamente sendo resolvidos antes do segundo turno, no domingo (28/10).

[SAIBAMAIS] O comandante apresentou, na companhia do coronel Wanius de Amorim, coordenador geral do sistema, o complexo de monitoramento para os advogados dos partidos que disputam a Presidência ; Tiago Ayres, do PSL, e o deputado Paulo Teixeira, do PT. Os dois defensores aproveitaram o encontro para argumentarem a favor dos presidenciáveis e se confrontarem.

Paulo Teixeira exigiu rapidez na investigação na suspeita de impulsionamentos irregulares em redes sociais pela campanha de Bolsonaro e uma postura mais incisiva da Justiça em relação ao vídeo do filho do presidenciável, o deputado eleito Eduardo Bolsonaro, por afirmar que basta "um soldado e um cabo" para fechar o Supremo Tribunal Federal (STF).

"Foi a maior ofensa feita a uma instituição do Poder Judiciário na história democrática do Brasil. É inaceitável e deve ser investigado, porque caracteriza um crime contra as instituições. Espero que o STF reaja de maneira enérgica para fazer com que esses crimes não continuem impunes", defendeu Teixeira.

O advogado de defesa de Jair Bolsonaro rebateu. "O PT agora é Ministério Público. O partido reclamou da PF, de que ela não estaria tocando o inquérito na velocidade que ele entende necessária, e desse modo parece querer esvaziar todas as atribuições das instituições brasileiras e moldá-las a seu interesse", argumentou. "A Justiça Eleitoral não aceita qualquer tipo de acusação resvaladiça, frágil", emendou.

O ministro Raul Jungmann se comprometeu com a celeridade de ambas as investigações, mas disse que os órgãos competentes devem agir com cautela. "Há uma preocupação com celeridade, mas é evidentemente que é preciso ver a complexidade das denúncias e respeitar as normas legais para chegar a resultados com solidez", sustentou.

Como novidade para o segundo turno, toda e qualquer irregularidade e denúncia vivenciada pelo eleitor poderá ser repassada ao mesário, que preencherá uma ata relatando o problema. Posteriormente, o eleitor poderá fotografar a ata e enviar por meio do aplicativo a denúncia, que será divulgada em rede social aberta pela Justiça Eleitoral. Na próxima quarta-feira (23/10), será reaberto o Centro de Investigações, Comando e Controle da Polícia Federal.
* Estagiário sob supervisão de Anderson Costolli