Foragido desde a semana passada, o presidente do Pros, Eurípedes Júnior, se apresentou à Polícia Federal, em Brasília, na manhã desta terça-feira (23/10). Ele foi alvo da Operação Partialis, deflagrada para combater o desvio de recursos públicosna aquisição de gases medicinais em Brasília e no Pará. De acordo com a PF, os envolvidos no esquema investigado pela operação desviaram R$ 2 milhões em contratos com o setor público.
Segundo uma fonte da PF, ele se apresentou com os advogados, com a expectativa de ser solto logo após ser ouvido pelo delegado que acompanha o caso. Isso porque, de acordo com o artigo 236 do Código Eleitoral (Lei 4.737), "nenhuma autoridade poderá, desde 5 (cinco) dias antes e até 48 (quarenta e oito) horas depois do encerramento da eleição, prender ou deter qualquer eleitor, salvo em flagrante delito ou em virtude de sentença criminal condenatória por crime inafiançável, ou, ainda, por desrespeito a salvo-conduto".
Acusações
Eurípedes Gomes de Macedo Júnior, que também é ex-vereador, foi alvo de uma série de reportagens do Correio em março e julho do ano passado. Ele é acusado de utilizar o dinheiro público para a compra de um helicóptero, mansões, um avião bimotor e de contratar funcionários terceirizados por meio de empresas de parentes com o dinheiro público.
Ao menos quatro denúncias contra Eurípedes são investigadas pelo Ministério Público Federal (MPF). Uma delas se refere ao helicóptero da fabricante Robinson, modelo R-66, prefixo PP-CHF, avaliado em R$ 2,8 milhões, que é utilizado para os deslocamentos do ex-vereador da cidade de Planaltina de Goiás, local onde o Pros foi fundado, até uma casa que era usada pela legenda, no Lago Sul. Desde sua criação, em 2013, o partido, que só tem cinco deputados, já recebeu mais de 35 milhões do fundo partidário.
Eurípedes mantém duas casas em Planaltina, e uma gráfica que também pertence ao partido, de acordo com denúncias de ex-funcionários. Uma fonte contou a reportagem, na época, que motoristas do transporte irregular, que prestavam serviço para ele, foram usados em larga escala para recolher assinaturas na região para a criação do Pros. Ele também é acusado de fraudar documentos para convocação de assembleias extraordinárias.