Politica

Haddad acusa Mourão de tortura, baseado em depoimento equivocado de cantor

Geraldo Azevedo afirmou durante show na Bahia que vice de Bolsonaro era um dos torturadores, no regime militar. Mourão, no entanto, só entrou no Exército três anos após a prisão do cantor

Bruno Santa Rita*
postado em 23/10/2018 17:35
A acusação de Haddad derivou de outro engano cometido pelo cantor Geraldo Azevedo
O candidato à Presidência da República pelo Partido dos Trabalhadores (PT), Fernando Haddad, cometeu erro ao acusar o General Mourão, vice de Jair Bolsonaro (PSL), de torturador durante sabatina promovida pelo jornal O Globo, nesta terça-feira (23/10). A acusação surgiu após um outro engano cometido pelo cantor Geraldo Azevedo, durante um show na Bahia, no último fim de semana. O compositor afirmou ter sido torturado pelo general em 1969, durante a ditadura militar. A fala, porém, foi desbancada. Na época, Mourão ainda era menor de idade e só entrou no Exército três anos depois.

"Eu fui preso na ditadura. Fui torturado. Você não sabe o que é ser torturado. Esse Mourão era um dos torturadores lá. Eu tenho um sentimento de indignação pelo que pode acontecer com o Brasil. O Brasil vai ficar muito ruim se esse cara (Bolsonaro) ganhar", disse o cantor.

Após perceber o erro, a assessoria de imprensa do cantor emitiu nota com pedidos de desculpas pelo equívoco e reforçou a posição do artista contra a ditadura. Azevedo tornou a se manifestar e disse que a tortura cerceia a liberdade de imprensa.

Confira vídeo:
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Ainda durante a sabatina, Haddad afirmou que, embora Bolsonaro não tenha sido um agente ativo durante a ditadura militar, ele ainda representava o "que sobrou do porão (da ditadura)". Além disso, o candidato do PT classificou Bolsonaro como uma figura "desimportante no meio militar", ao contrário de Mourão.

Nas redes sociais, alguns seguidores de Bolsonaro se posicionaram contra Haddad e contra o cantor. Em vários tuítes, os internautas nomeiam o acontecimento como "TORTURA FAKE", título dado pelo veículo O Antagonista na publicação dessa notícia.

Após se defender ao afimar que, na época, tinha apenas 16 anos e não poderia ter participado da tortura do cantor, Mourão disse que vai processar o cantor. Nas redes sociais, a #ProcessaGeneral está sendo usada como foram de apoio dos eleitores de Bolsonaro ao militar. Alguns até declararam que o cantor é "apenas mais um artista que vai cair no esquecimento".
* Estagiário sob supervisão de Anderson Costolli

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