Renato Souza
postado em 23/10/2018 18:21
O comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, pediu, nesta terça-feira (23) que o Ministério Público Militar (MPM) investigue a conduta do coronel da reserva Carlos Alves. Em vídeo publicado na internet, ele incita o fechamento do Supremo Tribunal Federal, ataca a ministra Rosa Weber e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Em nota, o Exército confirmou a identidade do militar e disse que ele "deve assumir as
responsabilidades pelas declarações, as quais não representam o
pensamento do Exército Brasileiro". Os ministros da Segunda Turma do Supremo também oficiaram a Procuradoria-Geral da República (PGR) para que abra investigação sobre o caso.
No vídeo, publicado na internet, o coronel Carlos Alves fala em uso de poder militar para fechar o Supremo. Ele faz ameaças, caso o TSE aceite a denúncia que foi apresentada contra o deputado Jair Bolsonaro, candidato do PSL ao Palácio do Planalto, acusado de receber o apoio de empresários para contratar pacotes de disparos em massa de mensagens no WhatsApp. "Se você aceitar essa denúncia ridícula e tentar tirar Bolsonaro por crime eleitoral, nós vamos derrubar vocês ai sim. Por que ai, acabou. Lembre-se bem, povo brasileiro, que em 1964 foi exatamente por causa dessa corja da esquerda que o povo pediu e as Forças Armadas e o Congresso Nacional entraram em ação", disse Alves.
Na gravação, que foi ao ar na sexta-feira (20/10), o militar da reserva chama a Suprema Corte de um "Supremo Tribunal de canalhas, de corruptos, de vagabundos" e o diz que o "TSE e um "tribunal porcalhão". Nas imagens, o homem aparece de cavanhaque, o que foge dos padrões utilizados nas Forças Armadas, indicando que se trata de um militar da reserva.