Agência Estado
postado em 24/10/2018 14:39
Para tentar melhorar a imagem, o presidente Michel Temer deve participar de uma série de inaugurações de obras públicas nos últimos dois meses do seu governo. Nesta quarta-feira, 24, em reunião com ministros no Palácio do Planalto, foi lançado o "Desafio Chave de Ouro", que realocará R$ 1 bilhão para acelerar o andamento de 20 obras em todo o País, entre elas hospitais, portos marítimos e construção de pontes.
Em entrevista coletiva, após a reunião, o ministro Carlos Marun (Secretaria de Governo), justificou que "um governo que tem dois anos (de duração) não pode se dar ao luxo de parar antes do tempo" e que o presidente Temer pretende trabalhar até o último dia do ano. "Para mim, trabalhar nunca foi sinal de desespero", afirmou ao ser questionado se as medidas estariam relacionadas à baixa popularidade do presidente Temer.
De acordo com o planejamento do Planalto, o primeiro evento com a presença de Temer ocorrerá no dia 15 de novembro, com a inauguração das obras do projeto Sirius, laboratório de luz síncroton de 4; geração em construção dentro do Centro Nacional de Pesquisas em Energia e Materiais (CNPEM), em Campinas (SP). O governo federal disponibilizou R$ 70 bilhões em setembro para garantir a inauguração ocorresse dentro do prazo esperado, segundo Marun.
O ministro disse ainda que, seguindo o processo normal, as obras não seriam disponibilizadas na gestão Temer, e por isso foi feito um empenho extra com recursos que não seriam utilizados esse ano, que ficariam em "restos a pagar".
Do orçamento total, já foi disponibilizado cerca de R$ 300 milhões e outros R$ 700 milhões seriam liberados conforme o andamento das obras - uma parte também depende de aprovação de Projetos de Lei no Congresso Nacional.
Outro evento com data marcada, segundo o governo, é o lançamento ao mar do Submarino Riachuelo, previsto para o dia 12 de dezembro. A data já era prevista pela Marinha desde o início do ano.
Entre as obras que o governo quer acelerar, também está prevista a entrega do Aeroporto de Macapá (AP); a conclusão da travessia urbana de Porto Velho; a conclusão das obras do anel viário de Campo Grande (MS); o início do processo de modernização do Porto de Vitória (ES); e a inauguração do hospital de Aparecida de Goiânia (GO).
Nem todas as obras listadas devem ser realmente finalizadas este ano e o governo admite que o "desafio" depende de muitos fatores Uma das obras com dificuldades é a nova ponte sobre o rio Guaíba, em Porto Alegre (RS), que possui pelo menos 100 famílias que precisariam ser realocadas, o que ainda não aconteceu.
O presidente quer, ainda, concluir acordos para a construção de duas pontes na fronteira entre o Brasil e o Paraguai: uma sobre o rio Paraná, ligando Porto Meira (PR) a Porto Franco, do paraguaio, e outra entre a cidade de Porto Murtinho (MS) e Carmelo Peralta, no Paraguai. Mesmo com o acordo, a expectativa é que as obras da segunda ponte só iniciem em um ano.