Maria Eduarda Cardim - Especial para o Correio
postado em 25/10/2018 18:17
As discordâncias entre Fernando Haddad (PT) e Jair Bolsonaro (PSL) vão bem além das propostas e dos planos de governo. Os oito anos de diferença de idade entre os candidatos ao Palácio do Planalto se refletem nos caminhos distintos de vida dos presidenciáveis, que não se cruza nas principais datas que marcam a história política do Brasil. O petista e o capitão da reserva do Exército só se encontram nas eleições de 2018.No ano da eleição de Fernando Collor, por exemplo, Bolsonaro exercia o primeiro o cargo político de sua carreira, enquanto Fernando Haddad, apesar de já ser filiado ao PT, morava no Canadá. O petista estudava na Universidade McGill, onde desenvolveu a dissertação do mestrado de economia, defendida em 1990. Outra diferença marcante entre eles é a experiência em cargos públicos. Bolsonaro tem a trajetória marcada por mandatos no Legislativo. Haddad, por sua, vez ocupou cargos no Executivo, como ministro da Educação e prefeito de São Paulo.
Veja onde estavam os candidatos, que disputam o segundo turno das eleições para presidente, em momentos marcantes da história política do país:
Nascimento
Jair Bolsonaro: 21 de março de 1955
Fernando Haddad: 25 de janeiro de 1963
1964: golpe militar
Bolsonaro
O candidato do PSL tinha 9 anos recém-completados. Na época, morava em Jundiaí (SP) com os pais.
Haddad
Tinha apenas 1 ano quando o regime militar foi instaurado no Brasil. Morava com os pais em São Paulo.
1984: Diretas Já
Bolsonaro
Aos 29 anos, Bolsonaro tem seu terceiro filho, Eduardo Bolsonaro, fruto do relacionamento com Rogéria, sua ex-mulher.
Aos 29 anos, Bolsonaro tem seu terceiro filho, Eduardo Bolsonaro, fruto do relacionamento com Rogéria, sua ex-mulher.
Haddad
Tinha 21 anos e cursava o penúltimo ano da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP). Neste ano, já era filiado ao PT.
1989: eleição de Fernando Collor
Bolsonaro
Exercia o primeiro cargo político da carreira. Em 1988, foi eleito, aos 33 anos, vereador do Rio de Janeiro com o apoio dos militares. Conquistou 11.062 votos. Era do Partido Democrata Cristão (PDC), atualmente extinto.
Haddad
Morava no Canadá. Era aluno visitante da Universidade McGill, onde desenvolveu a dissertação do mestrado em economia, defendida em 1990.
1992: impeachment de Collor
Bolsonaro
Exercia o segundo ano do seu primeiro mandato como deputado federal. Na época, o presidenciável votou a favor do impeachment de Fernando Collor.
Haddad
Nasce Frederico, primeiro filho de Haddad e Ana Estela. No mesmo ano, o presidenciável publicou seu primeiro livro: O sistema soviético.
2002: eleição de Lula
Bolsonaro
Elegeu-se para o quarto mandato como deputado federal pelo Rio de Janeiro. Era do PPB (Partido Progressista Brasileiro), terceira legenda de sua carreira política.
Haddad
Aos 39 anos, exercia o cargo de subsecretário de Finanças e Desenvolvimento Econômico do município de São Paulo, na gestão da prefeita Marta Suplicy.
2006: reeleição de Lula
Bolsonaro
Assim como Lula foi reeleito em 2006, Bolsonaro também conquistou mais um mandato na Câmara dos Deputados, o quinto.
Haddad
Estava no segundo ano como Ministro da Educação, cargo que ocupava desde 2005, quando foi nomeado por Lula.
2010: eleição de Dilma
Bolsonaro
O deputado foi reeleito para seu sexto mandato com 120.646 votos.
Haddad
Cumpria o sexto ano como Ministro da Educação, cargo no qual permaneceu por sete anos. Em 2012, elegeu-se prefeito de São Paulo, com 55,57% dos votos no segundo turno.
2014: Dilma é reeleita
Bolsonaro
Conseguiu se reeleger mais uma vez como deputado federal. Em 2014, o capitão foi eleito pelo PP (Partido Progressista) como o deputado federal com maior número de votos no estado do Rio de Janeiro. Ele recebeu 464.572 votos.
Haddad
No ano em que Dilma é reeleita, Haddad ocupava o cargo de prefeito de São Paulo.
2016: impeachment de Dilma
Bolsonaro
Cumprindo o sétimo mandato como deputado federal, votou a favor do afastamento da petista e citou o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, um dos mais célebres torturadores da ditadura, em sua fala.
Haddad
O petista Haddad tentou se reeleger para o cargo de prefeito de São Paulo, mas não conseguiu. Ele perdeu ainda no primeiro turno para o tucano João Doria.