Agência Estado
postado em 26/10/2018 10:24
Candidato a vice-governador na chapa do tucano João Doria, o deputado federal Rodrigo Garcia (DEM-SP) disse ao jornal O Estado de S. Paulo que a "velha guarda" do PSDB "sente ciúme" do ex-prefeito. Sem citar nomes, o parlamentar, que também é líder da bancada do DEM na Câmara, afirmou que parte do PSDB se sente incomodada com a rápida trajetória de Doria.
"Como ele chegou na política e já virou prefeito de São Paulo - e agora vai ser governador, se Deus quiser - o entorno dos tucanos tem ciúmes, e a velha guarda se sentiu incomodada. Ele tem um novo estilo, diferente dessa tucanada", disse.
Em 8 de outubro a direção municipal do PSDB, que é composta majoritariamente por aliados de Doria, decidiu expulsar 17 membros do partido por infidelidade partidária. Entre eles estavam o ex-governador Alberto Goldman e o secretário de Governo Saulo de Castro. A decisão, porém, foi desautorizada pela executiva nacional do partido.
Garcia também falou sobre a estratégia da campanha tucana de tentar colar no governador Márcio França, candidato à reeleição pelo PSB, o selo de "esquerdista" - ainda que Doria tenha recebido apoio dele na campanha pela prefeitura de São Paulo em 2016. "Receber apoio da esquerda tudo bem, mas não apoiamos a esquerda", afirmou.
Para Garcia, a discussão sobre esquerda e direita está colocada no País. "Naturalmente, o Márcio (França) representa aquele lado e nós esse. Márcio França é esquerdista, é socialista. Ele sempre apoiou Lula, Dilma, PT".
Até o candidato derrotado do MDB ao governo paulista, Paulo Skaf, que é presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), entrou na cota de "esquerdistas". "Skaf é do MDB. Não vi o Doria chamá-lo de esquerda. Mas se apoia a esquerda é porque gosta da esquerda."
Após ser ultrapassado por França na reta final do segundo turno, Skaf declarou apoio ao governador e passou a fazer campanha ao lado, sempre com críticas duras a João Doria.
Um dos principais dirigentes do DEM, Rodrigo Garcia elogiou Jair Bolsonaro, candidato do PSL à Presidência. "Não sei se o DEM será da base (governista), mas o nosso apoio é incondicional (a Bolsonaro) porque somos anti-PT". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.