Politica

No Rio, disputa entre Wilson Witzel e Eduardo Paes é acirrada até o fim

Os debates entre os candidatos foram marcados por visões antagônicas sobre temas centrais no Estado, como a segurança pública

Agência Estado
postado em 28/10/2018 08:51
[FOTO1]Os dois finalistas na corrida eleitoral do Rio, o ex-juiz federal Wilson Witzel (PSC) e o ex-prefeito da capital Eduardo Paes (DEM), chegam ao segundo turno com chances de vitória. Um desconhecido que aproveitou a onda de Jair Bolsonaro (PSL), calcado no discurso de outsider moralizador, do "cidadão comum indignado", Witzel alcançou 41,2% dos votos válidos, contra 19,5% de Paes, que era o favorito na votação de 7 de outubro. Já na pesquisa Ibope divulgada ontem, o candidato do PSC estava com 54% dos votos válidos e Paes, com 46%.

Se o ex-juiz passou incólume no primeiro turno, quando ninguém esperava um bom desempenho, nas últimas três semanas Paes trabalhou para desconstruir sua imagem. O ex-prefeito do Rio explorou notícias de que Witzel teve proximidade com o advogado Luiz Carlos Azenha, que tentou ajudar o traficante Antonio Bonfim Lopes, o Nem, a fugir da polícia. Também repetiu que o ex-magistrado recebeu auxílio-moradia mesmo tendo imóvel próprio - cujo pagamento do IPTU chegou a atrasar. E repetiu em debates que Witzel foi um juiz "irrelevante", que tem usado Bolsonaro de "escada".

Paes, que se apresentou como alguém com experiência em gestão por ter governado a capital por oito anos, tachou Witzel de "candidato holograma (de Bolsonaro)", "um genérico do (juiz da Lava Jato Marcelo) Bretas e do (Sérgio) Moro". "Não é o Bolsonaro que vai segurar a caneta no Rio no dia 1.; de janeiro de 2019", disse.

Por sua vez, Paes foi apelidado de "candidato do Cabral e do Pezão" - referências ao ex-governador Sérgio Cabral Filho, preso pela Lava Jato, e ao governador Luiz Fernando Pezão, citado na operação, ambos do MDB. O ex-prefeito, que integrou o grupo político de Cabral, deixou o partido em abril. Witzel também ressaltou que Paes foi condenado no ano passado por abuso de poder econômico e político na eleição municipal de 2016 e que ele concorre graças a uma liminar do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Os debates entre os candidatos foram marcados por visões algumas vezes antagônicas sobre temas centrais no Estado, como a segurança pública. Witzel defende o "abate" de criminosos que portem fuzis, assim como armar a população - ele chegou a anunciar a criação de clubes de tiro para autodefesa. O ex-juiz também sugeriu "navios-prisão" para isolar os criminosos. Paes ponderou que é preciso reduzir tiroteios e proteger inocentes de balas perdidas.

Ao jornal O Estado de S. Paulo, Witzel disse que "não estar vinculado a grupos políticos tradicionais ajuda". Afirmou também que sua candidatura "representa um rompimento com a velha política não só na forma, mas no conteúdo também". "Minha aliança é com o povo", disse. Paes não concedeu entrevista. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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