Em Goiás, onde não há segundo turno para eleições ao governo do Estado, o governador eleito, Ronaldo Caiado (DEM), foi um dos cabos eleitorais do candidato Jair Bolsonaro (PSL) e votou no período da manhã no Colégio Estadual Zizi Perillo Caiado, na cidade de Nova Crixás. O governador eleito citou as dificuldades financeiras da administração pública goiana e disse que a vitória de Bolsonaro é importante.
"Teremos a eleição de Bolsonaro, e com isso poderemos pleitear a renegociação de dívidas. Temos credibilidade junto ao presidente da República", afirmou Ronaldo Caiado. O governador eleito de Goiás esteve reunido com Bolsonaro no início do 2; turno.
Já o atual governador, o tucano José Eliton (PSDB), declarou voto no petista, Fernando Haddad (PT). Questionado sobre o assunto, Eliton afirmou que Haddad representa ideais mais democráticos do que Bolsonaro, embora ele entenda que nenhum dos dois presidenciáveis que chegaram ao 2; turno seja a melhor opção.
"Declarei o meu voto ao Fernando Haddad porque entendo que ele reúne valores de respeito à democracia. Eu vejo sinais de uma postura autoritária que me fizeram formar a convicção de votar no professor Fernando Haddad, embora entenda que não tenha sido a melhor opção, embora os brasileiros tenham escolhido", afirmou o governador ao jornal "O Estado de S. Paulo".
José Eliton foi vice do ex-governador Marconi Perillo (PSDB) e tentou se reeleger, mas ficou apenas na 3; colocação. Perillo foi candidato ao Senado e também sofreu derrota.
Se por um lado o atual governador declarou apoio em Haddad, o futuro chefe do Executivo goiano, Caiado, ferrenho crítico do PT, aderiu à campanha Bolsonaro em Goiás, inclusive participando de manifestações.
Ronaldo Caiado assistiu a uma missa no final da manhã e, na saída, revelou em primeira mão à reportagem do jornal que recebeu na semana passada informações da Secretaria Executiva do Ministério da Fazenda, de que Goiás não quitou uma dívida de R$ 400 milhões e, com isso, o acordo existente sobre alongamento da dívida cai por terra. Caiado revelou também que pode receber o governo com uma dívida de R$ 3,8 bilhões.
"O endividamento do Estado passa a ter uma cobrança de R$ 160 milhões por mês, ao invés de R$ 20 milhões, que era o acordo feito pelo alongamento da dívida". Caso Bolsonaro seja eleito, Caiado espera fazer um novo acordo. Já o atual governador José Eliton revelou que pretende entregar o governo em boas condições.
No primeiro turno, Caiado preferiu não manifestar apoio, já que na chapa dele estavam partidos que tinham candidatos a presidente. A ideia era não perder apoio por conta de um posicionamento nacional.
Um dos principais cabos eleitorais de Bolsonaro em Goiás é o senador Wilder Morais (DEM). Wilder é responsável pela equipe de transição do governador eleito. Ele entende que ao ter um presidente alinhado com o governo local, as chances de sucesso são maiores.