Politica

Eduardo Leite é eleito ao governo do RS apostando na jovialidade

Novo governador defendeu, ao longo da campanha, a ideia de renovação para desgastar a imagem pública do adversário, Ivo Sartori

Gabriel Ponte*
postado em 28/10/2018 20:58
Eduardo Leite, governador Rio Grande do Sul
O ex-prefeito de Pelotas Eduardo Leite (PSDB-RS) foi matematicamente eleito o novo governador do estado em disputa, com 53,23% dos votos válidos (2.967.662 milhões de votos), contra 46,7% de Ivo Sartori (2.599.805 milhões de votos), que é do MDB-RS. No momento, 94,94% das urnas já foram apuradas. Durante a campanha, Leite pregou uma renovação política. Avesso às práticas de reeleição e do carreirismo político, Leite colou sua imagem ao desgaste político de Sartori, que enfrentou problema com as contas públicas e atraso de salário do funcionalismo público nos últimos anos. O vice será delegado Ranolfo Rodrigues Junior (PTB-RS).

Leite, que liderou as pesquisas de intenções de voto, é presidente estadual do PSDB, tendo sido eleito prefeito de Pelotas em 2012. O ex-prefeito é avesso ao carreirismo político, tendo renunciado à possibilidade de reeleição em 2016. Já Sartori, que é chefe local atualmente, sofreu com o desgaste da imagem pública, tendo sido apontado como o candidato com maior índice de rejeição nas pesquisas apontadas. A campanha para o governo local foi marcada por forte troca de acusações entre os dois candidatos, na tentativa de cada um associar a imagem do adversário a Partido dos Trabalhadores (PT). No estado, a despesa com pessoal do estado alcançou 47,2% da receita corrente líquida no segundo quadrimestre deste ano, sinalizando o grave cenário fiscal.
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Durante a corrida eleitoral, Sartori tentou associar a imagem de gestor com experiência pública para frear o crescimento de Leite nas intenções de voto. Os dois candidatos, apesar de estarem no mesmo campo ideológico e ligados a partidos de direita, discordaram de algumas questões. O atual governador também pregou um discurso de austeridade e combate às despesas públicas. Sartori enfrenta, desde 2015, o atraso do pagamento de salário de servidores. No entanto, o derrotado defendeu que o Plano de Renegociação de Dívida, negociado com o Governo Federal, só deveria ser sacramentado em 2019. Durante o segundo turno, o candidato também tentou se associar a Bolsonaro, na tentativa de aumentar as intenções de votos.

Leite propôs, também, que o estado discuta com o governo um plano de renegociação de dívidas, mas com algumas vedações. Ainda segundo o ex-prefeito de Pelotas, investir em um sistema integrado e inteligente de saúde é o caminho para ampliar a produtividade do setor. Do outro lado, Sartori discutiu elevar a cobertura da ação básica, ampliando parcerias com municípios. Em relação à educação, Leite previu um plano que valorizasse o docente, a partir de um plano de carreira, enquanto Sartori prometeu a universalização do ensino secundário de jovens entre 15 e 18 anos.
* Estagiário sob supervisão de Anderson Costolli

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