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Bolsonaro diz que militares terão papel essencial em seu governo

Presidente eleito deve ter dois generais, Heleno e Mourão, em seu núcleo duro. Ele também garantiu que Forças Armadas não sofrerão cortes de orçamento

Lucas Valença - Especial para o Correio
postado em 06/11/2018 13:22
Bolsonaro chega para participar de sessão solene no Congresso
Cumprindo agenda em Brasília, , o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) afirmou, nesta terça-feira (6/11), que os militares terão papel importante em seu governo e garantiu que as Forças Armadas não sofrerão cortes de orçamento.

"Hoje, Paulo Guedes disse que as os militares não terão recursos contingenciados. Ele manda na economia", disse Bolsonaro, afirmando que as Forças Armadas não serão afetadas no orçamento porque prestam um serviço ;a todo o Brasil;, sendo essenciais em ;momentos difíceis como os que atravessamos;. "Acho que nada é mais justo. É o reconhecimento das Forças Armadas. Não contingenciar os recursos que são tratados com tanto zelo por parte deles."

Pelo que tem discutido com sua equipe, Bolsonaro deve ter dois generais em seu núcleo duro de governo, no qual pretende se apoiar para tomar suas principais decisões: o general reformado Augusto Heleno Ribeiro, um dos seus principais conselheiros, e o vice-presidente eleito, Hamilton Mourão. Completariam o time os futuros ministros Paulo Guedes (Economia) e Onyx Lorenzoni (Casa Civil), além do advogado Gustavo Bebianno e do líder ruralista Luiz Antonio Nabhan Garcia.

Ainda não foi definido se o novo ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, integrará formalmente essa estrutura mais próxima ao presidente eleito. É certo, porém, que ele participará frequentemente das reuniões do novo governo.


Bombas e armadilhas

A presença de Heleno poderia ser no comando do Gabinete da Segurança Institucional (GSI), que funciona no 4; andar do Palácio do Planalto, um acima da sala presidencial. Essa possibilidade, ainda em discussão, alteraria indicações na nova Esplanada, pois Heleno foi anunciado como titular do Ministério da Defesa.

A ideia de o general Heleno ir para o Planalto é permitir que ele esteja constantemente ao lado de Bolsonaro. Se estiver na Defesa, Heleno teria uma agenda específica a cumprir, o que lhe exigiria viajar e ter compromissos relacionados às Forças Armadas. Mourão, vice de Bolsonaro, disse ver com bons olhos a presença de Heleno no Planalto.

Um general ligado a Bolsonaro observa que Heleno, que tem experiência na rotina do Palácio ; onde atuou em assessorias militares nos governos Fernando Collor (1990-1992) e Itamar Franco (1992-1994) ;, seria peça fundamental para estar ao lado do presidente eleito para ajudá-lo a "desarmar bombas e armadilhas", pela experiência até em negociações com o Congresso.

Magno Malta

O presidente eleito também abordou o futuro do senador Magno Malta (PR-ES), que não conseguiu se reeleger a um eventual ministério. De acordo com Bolsonaro, o anúncio de Malta para assumir algum ministério foi adiada, mas que ele estará de alguma forma no governo.

"Infelizmente, ele não teve sucesso para o Senado, mas nós não podemos prescindir do apoio dele. "Nós estamos conversando. O que não podemos é anunciar alguém e depois dizer que mudou ou que não teremos mais ele", disse Bolsonaro.

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