
Pelo que tem discutido com sua equipe, Bolsonaro deve ter dois generais em seu núcleo duro de governo, no qual pretende se apoiar para tomar suas principais decisões: o general reformado Augusto Heleno Ribeiro, um dos seus principais conselheiros, e o vice-presidente eleito, Hamilton Mourão. Completariam o time os futuros ministros Paulo Guedes (Economia) e Onyx Lorenzoni (Casa Civil), além do advogado Gustavo Bebianno e do líder ruralista Luiz Antonio Nabhan Garcia.
Ainda não foi definido se o novo ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, integrará formalmente essa estrutura mais próxima ao presidente eleito. É certo, porém, que ele participará frequentemente das reuniões do novo governo.
Bombas e armadilhas
A presença de Heleno poderia ser no comando do Gabinete da Segurança Institucional (GSI), que funciona no 4º andar do Palácio do Planalto, um acima da sala presidencial. Essa possibilidade, ainda em discussão, alteraria indicações na nova Esplanada, pois Heleno foi anunciado como titular do Ministério da Defesa.
A ideia de o general Heleno ir para o Planalto é permitir que ele esteja constantemente ao lado de Bolsonaro. Se estiver na Defesa, Heleno teria uma agenda específica a cumprir, o que lhe exigiria viajar e ter compromissos relacionados às Forças Armadas. Mourão, vice de Bolsonaro, disse ver com bons olhos a presença de Heleno no Planalto.
Um general ligado a Bolsonaro observa que Heleno, que tem experiência na rotina do Palácio — onde atuou em assessorias militares nos governos Fernando Collor (1990-1992) e Itamar Franco (1992-1994) —, seria peça fundamental para estar ao lado do presidente eleito para ajudá-lo a "desarmar bombas e armadilhas", pela experiência até em negociações com o Congresso.
Magno Malta
"Infelizmente, ele não teve sucesso para o Senado, mas nós não podemos prescindir do apoio dele. "Nós estamos conversando. O que não podemos é anunciar alguém e depois dizer que mudou ou que não teremos mais ele", disse Bolsonaro.