Politica

Antiguidade deve ser priorizada para troca no comando das Forças Armadas

Ao privilegiar o preceito de antiguidade, Bolsonaro evitaria que outros de igual posto sejam encaminhados para a reserva

Lucas Valença - Especial para o Correio, Rodolfo Costa
postado em 07/11/2018 11:29
Os atuais comandantes das Forças Armadas não permanecerão no poder
O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) deve acatar o critério de antiguidade para definir os sucessores das Forças Armadas. A tendência é que o pesselista indique o general de exército, o almirante de esquadra e tenente brigadeiro com mais tempo em cada respectiva carreira. É o que afirmou nesta quarta-feira (7/11) o vice de Bolsonaro, general Hamilton Mourão.

A ideia é prestigiar o mais experiente em cada Força. Colocar o general de exército com mais tempo de carreira no comando do Exército, e manter o critério com o almirante de esquadra na Marinha e com o tenente brigadeiro na Aeronáutica. Ao privilegiar o preceito de antiguidade, Bolsonaro evitaria que outros de igual posto sejam encaminhados para a reserva. Caso o presidente eleito opte por não indicar o mais antigo da Força, o militar escolhido será o mais antigo automaticamente, levando os de maior idade para a reserva

Os atuais comandantes das Forças Armadas não permanecerão no poder, garantiu Mourão. Isso significa que o general de exército Villas-Bôas, o almirante de esquadra Eduardo Bacellar, e o tenente brigadeiro Nivaldo Rossato deixarão de comandar, respectivamente, o Exército, a Marinha e a Aeronáutica. ;Termina o mandato deles e passa para os próximos;, explicou Mourão.

O Exército dispõe de 15 generais de exército. A Marinha conta com seis almirantes de esquadra. E a Aeronáutica tem oito tenentes brigadeiro. Os três postos são os cargos do mais alto escalão entre os oficiais generais de quatro estrelas das Forças Armadas. Mourão disse que Bolsonaro ainda está estudando as trocas nos comandos, mas ressaltou que, a princípio, o critério de antiguidade prevalece.

A indicação do general Augusto Heleno para o Ministério da Defesa, no entanto, foi alterada. A atual perspectiva, como ele mesmo já assumiu, é de que ele assuma o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República. O comandante da pasta tem status de ministro e fica lotado no Palácio do Planalto. Entre outras atribuições, é o responsável por chefiar a segurança pessoal do presidente da República. "Com isso, um oficial general da Marinha pode assumir a Defesa para manter o equilíbrio", disse Mourão.

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