Agência Estado
postado em 11/11/2018 23:07
Futuro ministro da Justiça no governo do presidente eleito Jair Bolsonaro, o juiz Sérgio Moro afirmou que foi procurado pelo economista Paulo Guedes no dia 23 de outubro, cinco dias antes do segundo turno, quando foi sondado para o cargo. Moro disse ter ficado "tentado" com o possibilidade de ser ministro da Justiça na conversa com Guedes, mas que a decisão só foi tomada após o segundo turno, no dia 1º de novembro, em visita a Bolsonaro no Rio de Janeiro. "Há uma grande expectativa, espero corresponder", afirmou Moro, em entrevista ao Fantástico, da TV Globo, exibida na noite deste domingo, 11.
O juiz negou que haja conflito de interesse entre a atividade que exercerá e a de juiz na Operação Lava Jato, que investiga crimes de corrupção contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O petista foi impedido de disputar o pleito por causa da condenação no caso do triplex do Guarujá (SP), sentenciada em primeira instância por Moro. "A questão de Lula não pertence mais a mim, mas às cortes de Justiça", afirmou.
"Proferi a decisão referente ao ex-presidente Lula em meados de 2017, nem conhecia o presidente eleito Jair Bolsonaro. Estou indo para consolidar os avanço da Lava Jato em Brasília. Em parte, nas eleições, havia um sentimento muito forte contra o sistema político, que apesar de todos os casos de corrupção, nada fez. O presidente eleito foi identificado como alguém que modificaria esse status quo", afirmou.
O juiz ainda disse que sua função no governo será técnica e que não é "um político que mente". Sobre a perspectiva de ocupar uma vaga no Supremo Tribunal Federal, o futuro ministro disse que seu nome poderá "ser cogitado" quando surgir uma vaga.