Agência Estado
postado em 13/11/2018 13:37
Na outra ponta do levantamento - feito a partir da prestação de contas final dos candidatos ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), divulgada na semana passada - vem uma tucana. A deputada Shéridan, eleita por Roraima, precisou de mais de R$ 190 por voto para alcançar a reeleição, com 12,1 mil eleitores. Outro candidato do mesmo Estado aparece na sequência: Edio Lopes, do PR, gastou R$ 150 por cada um dos seus 11,9 mil votos.
Em geral, os deputados federais eleitos por Estados da Região Norte obtiveram os votos com maior custo do País - Roraima, Acre, Amapá, Tocantins e Rondônia integram a lista das unidades da federação cujos candidatos mais investiram. Isso ocorre, em parte, porque essas são as cinco unidades federativas menos populosas do Brasil. Em média, os postulantes de Rondônia gastaram R$ 33,49 em cada voto. Em comparação, o Ceará teve a menor relação despesa por voto, com R$ 2,71. A média nacional é de R$ 10,21.
Dentre os eleitos pelo PSL, o deputado federal mais caro foi Luciano Bivar (PE), presidente e um dos poucos quadros históricos da legenda, que viveu um "boom" após a filiação de Bolsonaro em março deste ano. Bivar foi o candidato do partido que mais gastou em termos absolutos - R$ 1,9 milhão, quase quatro vezes o custo do segundo da legenda que mais investiu, Marcelo Álvaro Antonio (MG), com R$ 500 mil.
Bivar também foi o postulante da sigla que mais gastou em termos proporcionais - R$ 16,4 por cada um de seus 117,9 mil votos. Foi eleito por quociente partidário. A campanha vitoriosa mais barata do PSL, sem considerar a relação com o número de votos, foi a de Márcio Labre (RJ), com apenas R$ 8,1 mil em despesas declaradas ao TSE.
Senado
Senador eleito pelo PSL de São Paulo, Major Olímpio teve o custo de voto mais baixo dentre os futuros colegas de parlamento: apenas três centavos. Ao todo, sua campanha declarou R$ 278,8 mil em despesas. O correligionário Flávio Bolsonaro, candidato pelo Rio de Janeiro, foi o quinto mais "econômico", com 11 centavos por voto. Os gastos de campanha do filho do presidente eleito ficaram em R$ 490,7 mil.
Em geral, o PSL investiu 71 centavos por voto para eleger seus quatro senadores - três deles na lista dos dez mais "baratos". A Rede foi a legenda com o maior número de eleitos dentre os mais econômicos. Quatro de seus cinco senadores aparecem entre os dez com menor relação despesa versus voto.
Quem lidera o ranking de senadores eleitos com eleitores mais "caros" é Mecias de Jesus (PRB-RR), que investiu R$ 26,21 em cada um de seus 85,3 mil de votos. O valor proporcional é mais que o dobro do segundo colocado, Márcio Bittar (MDB-AC), que "desembolsou" R$ 10,97 para cada um de seus 185 mil eleitores.
Governadores
Os cinco governadores que tiveram o "custo de voto" mais baixo nas eleições deste ano foram eleitos por partidos nanicos. PSC, Novo e PSL, que não elegeram nenhum governador em 2014 e viveram um "boom" em 2018, lideram o ranking. O novo chefe do Executivo de Santa Catarina, Comandante Moisés, foi quem teve o voto mais barato dentre os escolhidos nos 27 Estados. O político do PSL investiu 22 centavos por eleitor para conquistar o cargo. O cálculo foi feito dividindo as despesas de campanha pelo número de votos de cada candidato.
Na sequência, com custo de 49 centavos - mais que o dobro em relação ao líder - figura Wilson Lima (PSC), eleito pelo Amazonas. Em terceiro aparece Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, uma das maiores surpresas das eleições estaduais deste ano, com 55 centavos investidos por voto em um dos Estados mais tradicionais da política brasileira.
Outro "outsider" que cresceu radicalmente no fim da campanha, Wilson Witzel (PSC), eleito do Rio, gastou um pouco mais que Zema: foram 57 centavos para cada voto dos fluminenses, que deixarão de ser governados pelo MDB depois de 12 anos. Coronel Marcos Rocha (PSL), de Rondônia, que vem na sequência, saiu da marca dos decimais: investiu R$ 1,28 por cada eleitor.
Zema e Witzel conquistaram, respectivamente, o segundo e o terceiro Estados mais populosos do País, o que coloca o Novo e o PSC em outro patamar de relevância. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.