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PT se mobiliza para o novo depoimento de Lula na Lava-Jato

Pela primeira vez, também, a Lava-Jato não vai ter o mais emblemático duelo que já produziu, Lula e Sérgio Moro frente a frente

Agência Estado
postado em 13/11/2018 14:29

Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva

O PT mobiliza suas lideranças e movimentos sociais para o novo interrogatório do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nesta quarta, 14, o petista deixará pela primeira vez, desde que foi preso no dia 7 de abril, a sala especial que ocupa na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, onde cumpre pena de 12 anos e um mês de reclusão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no processo do triplex do Guarujá (SP).

Lula vai ser ouvido em outra ação penal, a do sítio de Atibaia (SP), em que é réu pelos mesmos crimes - segundo a força-tarefa da Lava-Jato, o ex-presidente teria sido contemplado com propina de R$ 1,02 milhão, parte desse valor supostamente repassado pela Odebrecht e OAS por meio de obras de reforma e melhorias na propriedade rural.

Pela primeira vez, também, a Lava-Jato não vai ter o mais emblemático duelo que já produziu, Lula e Sérgio Moro frente a frente. O magistrado vai pedir exoneração da carreira que segue há 22 anos para assumir, em janeiro, o superministério da Justiça e da Segurança Pública do governo Bolsonaro (PSL). Na prática, Moro já se desligou da Lava-Jato e da toga.

Em duas audiências anteriores, Moro interrogou o petista, no caso do triplex do Guarujá e em um terceiro processo, o da compra de um apartamento em São Bernardo do Campo (SP) e de um terreno que, segundo a acusação do Ministério Público Federal, seria destinado ao Instituto Lula.

Nesta quarta-feira, quem vai interrogar o ex-presidente será a juíza Gabriela Hardt, substituta da 13; Vara Criminal Federal de Curitiba, sucessora de Moro. Nos últimos dias, ela já tomou os depoimentos de outros réus da ação do sítio de Atibaia, como dos empreiteiros Marcelo e Emílio Odebrecht, delatores da Lava-Jato.

Lideranças do PT e movimentos sociais vão acompanhar o novo depoimento do ex-presidente. O partido que Lula fundou nos anos 1980 afirma que ele é um "preso político", após ser condenado em segunda instância pelo Tribunal Regional Federal da 4; Região (TRF-4), por unanimidade.

O site do PT informou que o Comitê Nacional Lula Livre - formado também pelas frentes Brasil Popular, Povo sem Medo e outros movimentos - vai "acompanhar Lula em mais esse episódio de perseguição contra o ex-presidente e seu legado".

Segundo o PT, a presidente do partido, senadora Gleisi Hoffmann (PR), o líder da bancada petista na Câmara, Paulo Pimenta, e lideranças de diversos grupos sociais "estarão em Curitiba para defender Lula e pedir um julgamento justo para o presidente". Atos vão marcar a passagem de Lula pela ruas se Curitiba.

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