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Ex-presidente Lula começa a depor em ação da Lava-Jato

Com o afastamento do juiz federal Sérgio Moro, que aceitou o cargo de ministro da Justiça, a juíza substituta Gabriela Hardt conduz o processo

Camilla Venosa - Especial para o Correio
postado em 14/11/2018 15:27
Com o afastamento do juiz federal Sérgio Moro, que aceitou o cargo de ministro da Justiça, a juíza substituta Gabriela Hardt conduz o processo
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) começou a depor na ação penal sobre o sítio de Atibaia (SP) por volta das 15h. A audiência refere-se a denúncias sobre reformas feitas do sítio Santa Bárbara, frequentado pela família do ex-presidente.

Segundo a força-tarefa da Operação Lava-Jato, o petista teria recebido propina do Grupo Schain por meio do pecuarista José Carlos Bumlai e das empresas OAS e Odebrecht em troca de acordos fechados com a Petrobrás. Lula é acusado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Os valores, que teriam chegado a R$ 1 milhão, foram pagos por meio de melhorias na propriedade. Ao aceitar a denúncia, em agosto de 2017, o juiz Sérgio Moro afirmou que as provas do inquérito levavam ao entendimento de que o petista se comportava como proprietário do local e que as obras seriam em benefício dele. O ex-presidente nega as acusações e diz não ser o dono do sítio, que está em nome de um dos sócios do filho dele.

Com o afastamento de Moro, que aceitou o cargo de futuro ministro da Justiça, a juíza federal substituta Gabriela Hardt conduz o processo. A juíza iniciou a audiência fazendo perguntas ao réu e depois abrirá para fala da acusação, neste caso o Ministério Público Federal. Hardt trabalha com o futuro titular do Ministério da Justiça desde 2014 e já chegou a substituí-lo em audiências.

Essa é a primeira vez que Lula deixa a Superintendência da Polícia Federal (PF), em Curitiba, desde que foi preso, em abril. Apesar do forte esquema de segurança, não houve bloqueios no trajeto de quatro quilômetros entre a PF e o prédio da Justiça Federal. Manifestantes pró-Lula se concentram em frente ao edifício onde ocorre o depoimento.

O inquérito começou às 14h com o depoimento de Bumlai, que também responde por lavagem de dinheiro. A defesa do pecuarista nega que tenha havido pagamento de valores ilícitos a Lula. O amigo do ex-presidente já havia sido preso em outro processo da Lava-Jato, mas foi solto, com tornozeleira eletrônica, por estar em tratamento médico.

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