Integrantes da bancada evangélica na Câmara afirmaram, na noite desta quinta-feira (21/11), desconhecer o professor Ricardo Vélez Rodríguez, indicado pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro, para o Ministério da Educação. Garantiram, porém, confiar na escolha do educador. Apesar de receber certo apoio da Frente Parlamentar Evangélica, Rodríguez não foi uma indicação direta do grupo.
"A frente não foi criada (por mim) para ser moeda de troca ou balcão de negócios. Foi criada para termos uma ferramenta contra frentes que prejudiquem valores da Igreja. No caso do Bolsonaro, o apoiamos pela vinculação de valores", afirmou o presidente da frente, deputado Takayama (PSC-PR).
O deputado João Campos (PRB-GO) disse não conhecer Rodríguez, mas afirmou confiar no presidente eleito. "Ele sabe das exigências do povo cristão nessa área. É a área mais importante para o Brasil, portanto, nela ele não pode errar", disse. O deputado Marco Feliciano (PSC-RJ) também disse não conhecer o nome indicado, mas, assim como seus colegas, garantiu confiar "plenamente" na escolha de Bolsonaro.
Para o deputado Sóstenes Cavalcanti (DEM-RJ), o presidente eleito decidiu por um "ótimo nome". Os três parlamentares integram o chamado núcleo duro da bancada evangélica na Câmara.
Pela manhã, deputados do grupo não demonstravam apreço pela indicação do nome de Rodríguez para a pasta, quando foram questionados sobre as possibilidades à disposição de Bolsonaro. A sugestão do grupo pendia mais para o procurador regional da República do Distrito Federal, Guilherme Schelb. Parte da frente também chegou a se reunir com o futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, para reclamar mais uma vez da sugestão do educador Mozart Neves, do Instituto Ayrton Senna, depois que seu nome foi veiculado como o provável indicado para a pasta, por considerarem que ele era alinhado com a esquerda.
A indicação do futuro ministro da Educação pegou os deputados da frente evangélica de surpresa porque eles teriam uma nova reunião com Onyx na semana que vem para conversar sobre a pasta.
Para a frente evangélica, o ministério da Educação é considerado como prioritário por acreditarem que o ensino no País estaria deturpado. Uma das principais bandeiras do grupo é justamente o projeto de lei da Escola sem Partido, que prevê a proibição do que seus defensores chamam de "prática de doutrinação política e ideológica" pelos professores nas escolas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.