O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) anunicou mais três nomes para compor a estrutura ministerial do próximo governo nesta quarta-feira (28/11). Inicialmente, o pesselista havia informado que a gestão seria de 15 ministérios, mas a ideia foi revista. Até o momento, a Esplanada conta com 19 ministérios, se contar com a Advocacia-Geral da União (AGU) e Banco Central, que têm status de ministério. Mas, a estimativa é que esse número chegue a 23, já que ainda restam áreas a serem preenchidas.
Há ainda indefinições sobre outras pastas, como Meio Ambiente, Minas e Energia, Direitos Humanos e Trabalho. Os outros nomes devem ser anunciados na semana que vem.
Conheça quem são os ministros já anunciados por Bolsonaro:
Casa Civil
Onyx Lorenzoni é deputado federal pelo Rio Grande do Sul, filiado ao partido Democratas. Nascido em 1954, Lorenzoni é formado em medicina veterinária pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). No campo político, ele já passou pelo PFL e pelo DEM. Já presidiu a Comissão de Agricultura da Câmara, e também já foi presidente do DEM. À RBS TV, Lorenzoni admitiu ter recebido caixa 2 das delações da JBS, ao dizer que "não tinha como" declarar o valor na Justiça Eleitoral. Em junho deste ano, o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF) pediu o arquivamento do pedido de abertura de inquérito contra Lorenzoni, sob suspeita de recebimento de R$ 175 mil em caixa 2 para bancar campanha em 2006. O parlamentar também foi relator do projeto ;Dez Medidas de Combate à Corrupção;.
Ministério da Economia
Paulo Guedes é um economista com Ph.D em economia pela Universidade de Chicago, considerada uma referência do pensamento liberal. Como líder da pasta, Guedes já informou a criação de uma Secretaria para tratar de privatizações, além de negar prioridade para os acordos do Mercosul. Ele será um ;superministro;, que deve unir sob seu comando as atuais pastas da Fazenda, Indústria e Comércio e Planejamento. Antes de ser escolhido como guru econômico de Bolsonaro, o economista fundou o Banco Pactual, que atualmente integra o BTG Pactual, e tornou-se sócio do grupo BR Investimentos, hoje parte da Bozano Investimentos.
Ministério da Justiça e Segurança Pública
Sérgio Moro é um dos mais famosos juízes da atualidade por seu trabalho dentro da Operação Lava-Jato. Moro era juiz da 13; Vara de Curitiba, antes de para ser empossado ministro em janeiro. Ele formou em 1995 pela Universidade Estadual de Maringá, e no ano seguinte entrou para a magistratura. Entre as polêmicas de carreira, Moro retirou o sigilo do depoimento de Antonio Palocci a uma semana do primeiro turno das eleições; derrubou o do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da ex-presidente Dilma Rousseff. Foi Moro também que determinou a prisão de Lula, em abril deste ano. Apesar de aceitar ser ministro de Bolsonaro, o juiz federal havia dito em entrevista publicada pelo jornal Estadão que "jamais entraria para a política".
Ministério da Ciência e Tecnologia
Marcos Pontes foi um dos primeiros ministros a serem confirmados por Bolsonaro. O anúncio foi feito pelo Twitter do pesselista três dias após ser eleito presidente. Pontes se formou como piloto de aviões na Academia da Força Aérea, em 1981. Alguns anos depois, cursou aeronáutica no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). No fim dos anos 90, o militar foi selecionado para o programa espacial da Nasa, agência norte-americana, e foi enviado ao espaço em 2006 para plantar feijão no espaço. Em 2014, Pontes tentou se eleger deputado federal pelo PSB-SP, mas não foi eleito.
Ministério da Agricultura
Tereza Cristina é deputada federal pelo Mato Grosso do Sul, filiada ao Democratas, e atualmente é presidente da Frente Parlamentar Agropecuária (FPA), também conhecida como Bancada do Boi. Ela é engenheira agrônoma e empresária. Atualmente é presidente da FPA e tem uma longa trajetória no setor. No meio político, já foi secretária de Desenvolvimento Agrário da Produção, da Indústria, do Comércio e do Turismo de Mato Grosso do Sul. Entre as polêmicas, a parlamentar foi uma das lideranças que defenderam a aprovação do Projeto de Lei 6.299, que flexibiliza as regras para fiscalização e aplicação de agrotóxicos no país. Como futura líder da pasta, Tereza Cristina disse que deverá manter programas sociais adotados pela atual gestão, de Blairo Maggi.
Ministério do Turismo
Marcelo Álvaro Antônio é deputado pelo PSL-MG. Ele se reeleu para a Câmara dos Deputados nas eleições deste ano, com mais de 230 mil votos. Esta foi a maior votação obtida em Minas Gerais por um candidato a deputado federal. Ele está na Câmara desde 2014, onde integrou as comissões de Minas e Energia, Finanças e Tributação, Viação e Transportes, além das comissões externas sobre o Zika vírus e a situação hídrica dos municípios de Minas Gerais. Ele foi eleito vereador em Belo Horizonte em 2012. O futuro ministro não completou a graduação em Engenharia Civil pela UniBH.
Gabinete de Segurança Institucional
O general da reserva Augusto Heleno chegou a ser à presidência da República, mas teve seu nome vetado pelo PRP, sigla a qual é filiado. Ele também chegou a ser cotado para assumir o Ministério da Defesa, mas em 7 de novembro, o nome dele foi confirmado para a Segurança Institucional. O general ficou 45 anos de vida militar ativa, e teve como última função a de chefe do Departamento de Ciência e Tecnologia. Entre 2004 e 2005 comandou a Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti.
Ministério da Defesa
General Fernando Azevedo e Silva tem uma extensa atividade nas Forças Armadas, tendo sido até chefe do Estado-Maior do Exército. Atualmente, ele faz parte da assessoria do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli. O general é natural do Rio de Janeiro e foi declarado aspirante a Oficial da Arma de Infantaria em 14 de dezembro de 1976, e promovido a general-de-Exército, em 2014. De 2007 a 2009, foi Comandante da Brigada de Infantaria Paraquedista. E durante o governo de Dilma Rousseff, em 2013, Fernando Azevedo e Silva foi nomeado para o cargo de presidente da Autoridade Pública Olímpica (APO), que coordenava a preparação do país para os jogos olímpicos e paralímpicos de 2016. Ele tem doutorado em Aplicações e Planejamento e Estudos Militares.
Secretaria-Geral da Presidência
O ex-presidente do PSL e advogado Gustavo Bebianno foi confirmado em 21 de novembro como ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República. Filiou-se ao partido em março de 2018. Ele é formado em direito pela PUC-Rio.
Ministério das Relações Exteriores
O diplomata Ernesto Araújo foi confirmado na pasta em 14 de novembro deste ano. Atualmente, Araújo é diretor do Departamento de Estados Unidos, Canadá e Assuntos Interamericanos do Itamaraty. No viés pessoal, Ernesto tem um blog para escrever sobre o apoio declarado a Bolsonaro, além de severas críticas ao PT, e ao candidato derrotado ao Planalto Fernando Haddad. O diplomata também diz acreditar em uma ideologia "globalista", ou seja, uma globalização econômica que passou a ser pilotada pelo marxismo cultural. Ele chegou ao Itamaraty em 2016. No blog, Ernesto também critica a teoria que associa a emissão de gases de efeito estufa ao aquecimento global, e chamou de "climatismo" esse tipo de "ideologia".
Ministério da Saúde
Luiz Henrique Mandetta , e investigado por suposta fraude em licitação, tráfico de influência e caixa 2 em contrato para implementar um sistema de informatização na saúde, em Campo Grande (MS), no período em que foi secretário da Saúde na cidade. O nome do parlamentar do Congresso Nacional. Ele é deputado desde 2011 e médico ortopedista pediátrico. Foi tenente médico do Hospital Geral do Exército e trabalhou na Santa Casa de Campo Grande, entre 1993 e 1995.
Ministério da Educação
Ricardo Vélez Rodríguez foi anunciado como líder do Ministério da Educação (MEC) em 22 de novembro. Vélez Rodríguez é filósofo, autor de mais de 30 obras, e atualmente professor emérito da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército. O nome foi sugerido pelo escritor Olavo de Carvalho, e também tem o apoio da Bancada Evangélica. Um dia antes, o nome do educador Mozart Neves era cotado para o cargo, mas políticos da bancada vetaram a escolha. Vélez é professor de filosofia e doutor em pensamento luso-brasileiro pela Universidade Gama Filho. O professor é um desconhecido na comunidade educacional. Ele mantém um blog em que diz que é preciso "refundar" o MEC, além de ser a favor do projeto Escola Sem Partido. Ele também tem um livro, escrito em 2015, em que critica o PT.
Desenvolvimento Regional
Gustavo Canuto assumirá o Ministério do Desenvolvimento Regional. A nova pasta reunirá os atuais ministérios das Cidades e da Integração Nacional. Ele é formado em engenharia de computação pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e em direito pelo Centro Universitário de Brasília (UniCEUB). Nos últimos dois anos, foi chefe de gabinete do ministro da Integração Nacional.
Ministério da Cidadania
Osmar Terra (MDB-RS) foi ministro do Desenvolvimento Social no governo Michel Temer, antes de deixar o cargo para concorrer à reeleição na Câmara. A pasta reúne Desenvolvimento Social, Esporte e Cultura. Osmar é formado em medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e se especializou em Saúde Perinatal, Educação e Desenvolvimento do Bebê na Universidade de Brasília (UnB). Ele tem mestrado em neurociência. Terra é filiado ao MDB desde 1986. Foi prefeito da cidade de Santa Rosa (RS), em 1992. Em 2007, foi eleito deputado federal pelo Rio Grande do Sul. Também foi superintendente do Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (Inamps), durante a implementação do Sistema Único de Saúde (SUS), no estado.
Secretaria de Governo
O general-de-Divisão Carlos Alberto dos Santos foi outro militar chamado para compor o governo de Bolsonaro. Ele atuou como titular da Secretaria Nacional de Segurança Pública no governo atual, de Michel Temer, entre abril do ano passado e junho deste ano. Entre 2007 a 2009 comandou a Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti. Em 2013 a 2015, atuou na missão de paz da ONU na República Democrática do Congo.
Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União
Wagner Rosário é ministro desde 13 de junho de 2018,quando o ministro Torquato Jardim deixou o cargo e O Osmar Serraglio se recusou a assumir o ministério. Em 20 de novembro, Bolsonaro de Wagner Rosário como ministro. Ele é graduado em ciências militares pela Academia das Agulhas Negras e mestre em Combate à Corrupção e Estado de Direito pela Universidade de Salamanca, na Espanha. Wagner também é auditor de Finanças e Controle desde 2009, e tornou-se o primeiro servidor de carreira da CGU a assumir o cargo de secretário-executivo e ministro da pasta.
Advocacia-Geral da União (AGU)
André Luiz de Almeida Mendonça é formado em direito pela Faculdade de Direito de Bauru, em 1993. Atualmente, é Corregedor-Geral da Advocacia-Geral da União (AGU). Ele já foi membro efetivo do Conselho da Transparência Pública e Combate à Corrupção, e assessor especial da Secretaria-Executiva da Controladoria-Geral da União. A única dúvida é se o futuro advogado-Geral da União terá ou não status de ministro. O nome de Mendonça não constava na lista tríplice final entregue ao presidente eleito pelo Fórum Nacional de Advocacia Pública Federal. Na área acadêmica, o novo advogado-geral é doutor em direito pela Universidade de Salamanca, na Espanha.
Banco Central
Roberto Campos Neto foi escolhido em 15 de novembro. Ele é neto do ex-ministro e economista Roberto Campos, responsável pelo Planejamento no governo de Castelo Branco, na ditadura militar, e considerado um dos maiores influenciadores do pensamento liberal no país. Campos Neto tem especialização em Finanças pela Universidade da Califórnia, em Los Angeles. Ele ocupa cargos de diretoria do Santador há 16 anos. Atualmente, ele responde pela tesouraria do banco.
Ministério da Infraestrutura
Tarcísio Gomes de Freitas foi um dos mais recentes nomes a ser escolhido para compor o governo. O anúncio foi feito nesta terça-feira (27/11). Freitas é formado pelo Instituto Militar de Engenharia (IME), e foi diretor executivo do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit), entre 2011 e 2015. Também foi oficial do Exército brasileiro por 16 anos, e atuou no planejamento e execução de operações militares. A nova pasta deve absorver o Ministério dos Transportes.