Politica

'Presidente Bolsonaro é um estadista', diz Mourão

Segundo o general, o 'lado que perdeu a eleição' ignora o princípio básico da alternância de poder e tenta projetar, principalmente no exterior, a imagem que o futuro presidente não está preparado para o cargo

Agência Estado
postado em 29/11/2018 15:43

Vice presidente Eleito General Mourao

A crise econômica e política, aliada a uma crise de valores, levaram a sociedade a buscar a mudança, afirmou nesta quinta-feira, 29, o vice-presidente eleito, general Hamilton Mourão, durante evento promovido pela Associação Nacional das Empresas de Engenharia Consultiva de Infraestrutura de Transportes (Anetrans). "Isso começou como uma onda e se transformou em um tsunami. E esse tsunami tem nome: Jair Bolsonaro."

Segundo o general, o "lado que perdeu a eleição" ignora o princípio básico da alternância de poder e tenta projetar, principalmente no exterior, a imagem que o futuro presidente não está preparado para o cargo. "O presidente Bolsonaro é um líder. Sempre foi. Mais do que isso, é um estadista. O pensamento que ele tem desde já é nas novas gerações de brasileiros, e não nas próximas eleições. E é para isso que vamos trabalhar."


"Essa aí eu não sei"


Ao ser questionado sobre o suposto interesse na morte do presidente eleito, Mourão reagiu: "Essa aí eu não sei". O vereador Carlos Bolsonaro, filho do futuro presidente, escreveu hoje no Twitter que a morte de seu pai interessa não só aos inimigos declarados, como também "aos que estão muito perto."

"Principalmente após de (sic) sua posse! É fácil mapear uma pessoa transparente e voluntariosa. Sempre fiz minha parte exaustivamente. Pensem e entendam todo o enredo diário", disse o filho do presidente eleito no Twitter.


Exigência


O vice-presidente eleito disse ainda que o padrão de exigência do brasileiro em relação aos serviços prestados pelo poder público são elevados. "Queremos estradas alemãs, hospitais suíços e escolas americanas", comentou.

Na avaliação do general, o Estado está pressionado como nunca pela melhoria desses serviços. "Por menos educada que seja a pessoa, ela dispõe de um celular que lhe permite acessar o mundo", comentou. "A informação chega e, com isso, a demanda."

Esses desejos se chocam com a grave crise fiscal enfrentada pelo País. "O Estado tem de se reinventar, buscar uma forma que consiga investir para que a sociedade possa viver melhor", afirmou.

Democracia

Mourão reafirmou o compromisso de Bolsonaro, com a democracia. "Quero deixar claro o compromisso do presidente Bolsonaro com a democracia, a liberdade e a Justiça para todos", disse. "Fora disso não há futuro, fora disso não há Brasil."

Para o general, Bolsonaro venceu porque a sociedade deu um "basta" à impunidade dos desonestos. "Devemos estar todos unidos em torno da visão comum que o País tem de progredir."

Ele fez um gesto em direção às grandes construtoras, atingidas em cheio pelas investigações da operação Lava Jato. "Houve erros no passado. Eles estão sendo pagos. Mas daqui pra frente, temos de mudar", disse. E citou Roberto Carlos. "Daqui pra frente, tudo vai ser diferente." O general afirmou que é necessário recuperar as empresas e a engenharia brasileira, se sempre foi uma referência internacional.

Segurança pública


O vice-presidente eleito disse ainda que a repressão policial, sozinha, não resolve o problema da segurança pública. Serão necessárias alterações na legislação, afirmou ele.

"A legislação é extremamente leniente", disse. Ela permite que um "marginal" cumpra um sexto da pena e saia da cadeia.

"Temos de enfrentar a questão dos menores", afirmou o general. "Quais tipos de crime devem ser julgados como se maiores fossem."

O general afirmou que outra medida urgente é reformar o sistema prisional, que mistura criminosos perigosos com outros que cometeram delitos menores.

"E jamais podemos deixar de pensar no lado social", disse. Segundo explicou, as periferias pobres são hoje locais de recrutamento do crime. "Se o Estado não for para lá, não venceremos a luta contra a insegurança pública."

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