Politica

PGR repudia assassinatos de sem-terra na PB e vê 'contexto sombrio' de violência

A Polícia Civil trata o caso como execução. De acordo com testemunhas, criminosos encapuzados invadiram o acampamento Dom José Maria Pires e assassinaram dois líderes a tiros

Agência Estado
postado em 10/12/2018 12:09

Para os órgãos, as mortes preocupam pelo atual 'contexto sombrio de violência contra os movimentos sociais' no país

A Procuradoria Geral da República (PGR) divulgou nota em conjunto com outros dois órgãos do Ministério Público Federal em que repudia os assassinatos de dois militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) ocorridos na noite de 8 de dezembro em Alhandra, na Paraíba. Para os órgãos, as mortes preocupam pelo atual "contexto sombrio de violência contra os movimentos sociais" no país.

A Polícia Civil trata o caso como execução. De acordo com testemunhas, criminosos encapuzados invadiram o acampamento Dom José Maria Pires e assassinaram Rodrigo Celestino e José Bernardo da Silva, conhecido como Orlando, que estavam jantando, a tiros.

A PGR afirma que Orlando era irmão de Odilon da Silva, do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), também assassinado, há nove anos, na Paraíba. Ambos eram irmãos de Osvaldo Bernardo, atual líder do MAB.

"Agora, a dois dias da comemoração dos 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH), mais um irmão de Osvaldo é assassinado, fato que preocupa diante do contexto sombrio de violência contra os movimentos sociais e demonstra quão distante ainda estamos da efetivação dos direitos garantidos pela Declaração."

Também assinam a nota a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC) e a Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão na Paraíba (PRDC/PB). Os órgãos prometem "compromisso com a proteção dos direitos humanos dos assentados" e afirmam que ajudarão os órgãos de investigação para que "a autoria do duplo assassinato seja esclarecida e os responsáveis punidos conforme a lei".

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