O que já estava acontecendo na prática, agora passou pela burocracia necessária para virar oficial: a intervenção federal em Roraima foi aprovada pelo plenário do Senado, ontem. O decreto havia sido assinado pelo presidente Michel Temer na segunda-feira e colocado em prática no mesmo dia, e também recebeu a aprovação da Câmara dos Deputados na terça-feira. Agora, a medida segue para promulgação.
O governador eleito do estado, Antonio Denarium (PSL), foi nomeado por Temer como interventor e substitui a governadora Suely Campos (PP). Assim, ele praticamente antecipa a posse. Contudo, até 31 de dezembro, fica subordinado ao presidente do Brasil e só a partir de 1; de janeiro passa a atuar como chefe do executivo local. Na Secretaria da Fazenda, ficará o general Eduardo Pazuello, que atualmente coordena a operação de migração venezuelana. Na Secretaria da Segurança Pública, a atuação é de Paulo Costa, que já age como interventor no sistema prisional de Roraima, após um acordo entre o estado e a União, feito em novembro, para que a administração dos presídios estaduais ficasse sob gestão federal também até 31 de dezembro.
A medida veio por conta da crise na segurança pública do estado. Agentes penitenciários e policiais militares estão paralisados, com salários e benefícios atrasados. ;A governadora Suely não pagava salários, não transferia ICMS obrigatório para os municípios e os municípios também não pagavam os salários. Agentes penitenciários não trabalhavam mais, não havia viatura de polícia na rua, nem medicamento nos hospitais, gasolina para ambulância, a delegacia não ficava aberta para receber qualquer tipo de ocorrência;, ressaltou o líder do governo no Senado, Romero Jucá (MDB-RR) durante a sessão.
O senador afirmou ainda que, com a aprovação do decreto, haverá uma medida provisória a ser editada por Temer que destina crédito extraordinário de até R$ 200 milhões para Roraima. O valor será usado para o pagamento de servidores públicos e outras despesas necessárias pelo estado.