Jornal Correio Braziliense

Politica

Presidente eleito acusa cubanos do Mais Médicos de espionagem

Para presidente eleito, integrantes do programa que retornaram ao país de origem estavam vigiando "trabalho escravo"


O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), fez um discurso de pouco mais de 10 minutos transmitido por redes sociais na noite de ontem. Ao falar sobre o programa Mais Médicos, afirmou que os 200 primeiros profissionais que foram embora eram todos agentes de espionagem ou integrantes do exército cubano.

;Estavam aqui vigiando, tomando conta do trabalho escravo praticado por eles aqui dentro, com a conivência do PT, entre outros partidos, e resolveram sair antes porque poderiam ser checados por nós agora em janeiro e poderíamos ter a confirmação de que não tinha nada a ver com medicina;.

Entre os pontos abordados, Bolsonaro comentou os convites que foram desfeitos aos chefes de Estado de Cuba e Venezuela para a sua posse. ;Não convidamos o ditador cubano nem o venezuelano. Afinal de contas, é uma festa de democracia. Tudo que pudermos fazer dentro da legalidade, da democracia, contra estes países (Cuba e Venezuela), nós faremos;.

Ele chamou de ;mentirosa; uma reportagem do jornal Folha de S. Paulo, segundo a qual a mulher dele, Michelle Bolsonaro, pediu para retirar as imagens sacras do Palácio da Alvorada, futura residência da família.

;Na minha casa tem uma imagem de Nossa Senhora Aparecida. Comprei, estive agora em Aparecida e minha esposa não falou absolutamente nada. Eu sou católico, ela é evangélica, mas nós nos respeitamos. Assim que tem que ser. Entre nós não existe conflito religioso, somos cristãos;.

Na sequência, o deputado federal lamentou a assinatura do Brasil, representado pelo atual chanceler, Aloysio Nunes (PSDB), do pacto de imigração da ONU e reafirmou que pretende revogar o acordo.

Bolsonaro falou sobre a possível exploração das reservas indígenas Raposa Serra do Sol e reiterou que os índios querem se integrar à sociedade. ;Sabemos da dificuldade de rever essas reservas, já foram homologadas, sabemos disso, mas quem sabe, um dia, o STF acorde para isso e nos ajude a fazer com que as reservas possam ser exploradas com racionalidade;.

Ao se referir ao futuro governo, disse que ;a barra será pesada;.