Politica

Diplomação de Zema em Minas tem confusão com troca de socos e vaias

Deputado do PSL, Junio Amaral, tentou tomar placa com o pedido de "Lula livre" da mão de Rogério Correia (PT), que revidou ao ataque

Marcelo da Fonseca/Estado de Minas, Juliana Cipriani/Estado de Minas
postado em 20/12/2018 00:33
Deputado do PSL, Junio Amaral, tentou tomar placa com o pedido de
A diplomação do governador eleito Romeu Zema (Novo) no Palácio das Artes, na noite desta quarta-feira (19), foi marcada por uma confusão e vias de fato entre dois deputados. A solenidade, que havia se mantido tranquila até o discurso de Zema se transformou em uma espécie de guerra de torcidas, entre os favoráveis à liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e os apoiadores do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL).

A confusão começou no momento de entrega dos diplomas aos deputados eleitos. Na vez da deputada federal eleita Áurea Carolina (Psol), ela levantou uma placa em homenagem à vereadora assassinada Marielle Franco (Psol). Parte do público passou a vaiar e xingá-la, fazendo o símbolo de metralhadora que ficou conhecido como gesto de Bolsonaro. A mestre de cerimônias pediu para que o público e os ;diplomandos também não se manifestassem;.
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Parte da plateia passou a gritar contra a deputada estadual eleita Beatriz Cerqueira (PT), que desde o início do evento carregava uma placa com os dizeres ;Lula Livre;. A mestre de cerimônia conversou com Beatriz e depois arrancou seu cartaz, gerando insatisfação de parlamentares do PT e partidos aliados.

O deputado Rogério Correia (PT) pegou outro cartaz ;Lula Livre; e se dirigiu ao centro do palco. O deputado Cabo Junio Amaral (PSL) se levantou e foi até Correia. Os dois trocaram xingamentos e Amaral arrancou a placa de Correia, que deu um soco na cara do colega parlamentar. Amaral devolveuo soco em Rogério e o palco foi tomado por empurra-empurra entre os deputados, com seguranças tentando separar a confusão.
A sessão de diplomação foi suspensa e entre o publico por pouco não houve mais confusão. No momento da briga, o governador Romeu Zema ; que estava próximo de Correia e Amaral ; se mostrou constrangido e se retirou do palco, só voltando após a retomada da cerimônia.

A diplomação continuou até o final em clima de estádio de futebol, com a plateia se manifestando de acordo com os deputados que eram chamados para receber o diploma. Alguns parlamentares fizeram gestos imitando Bolsonaro, como se estivessem com armas na mão, e parlamentes petistas continuaram levando a placa ;Lula Livre; na hora de receber o certificado.

Depois do encerramento da cerimônia, Rogério Correia afirmou que vai processar o Cabo Amaral. Ele alega ter sido envolvido involuntariamente em um ;registro de intolerância; de um ;obreiro da nova direita;. O petista disse que o soco foi uma reação à ;descompostura com a democracia; do colega, que tentou arrancar a placa ;Lula livre; de suas mãos. ;O deputado eleito Cabo Junio Amaral tentou me dar um soco. Vou analisar as medidas judiciais cabíveis, inclusive levando em conta o estatuto do idoso, por tentativa de agressão;, disse.

Cabo Amaral disse que ;eles; não conseguem entender o que é democracia, se referindo aos deputados da esquerda. ;Fica exibindo, ali aquela menina (Beatriz Cerqueira), que é do Comando Vermelho, tava estendendo (a placa) o tempo todo. Então, se não tem ordem a gente vai lá e resolve. E ele achou o quê? Que eu ia ficar na minha depois dele tentar me acertar um soco? Eu fiquei 11 anos na polícia nunca tive medo de vagabundo, não vai ser agora;, disse.

Zema pede união

Pouco antes da briga começar o governador eleito Romeu Zema havia pedido união para governar o estado. O discurso foi voltado para a crise financeira que atinge o estado. " somos 853 cidades em situação de quase falência. As prefeituras não recebem o dinheiro delas e quem paga é a população. Deixo aqui meu protesto e indignação", afirmou.

Zema disse que o povo mineiro será o principal foco de sua gestão e que para governar é preciso ter respeito e responsabilidade. Segundo o governador eleito o estado passará por tempos difíceis em que medidas duras serão necessárias. "Temos que arregaçar as mangas e tirar nosso estado da UTI, que é onde ele se encontra hoje precisaremos de união."

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