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Prisão de Bruno Farina, alvo da Lava-Jato, foi feita em ação da Interpol

No Brasil, o doleiro é investigado por corrupção, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e associação criminosa

Agência Estado
postado em 28/12/2018 11:21

Prisão de Bruno Farina, alvo da Lava-Jato, foi feita em ação da Interpol

O doleiro Bruno Farina, sócio de Dario Messer, conhecido como "doleiro dos doleiros", foi preso na quarta-feira (26/12) no Paraguai. Farina foi denunciado na Operação Câmbio, Desligo, desdobramento da Lava Jato no Rio. A Secretaria Nacional de Inteligência do Paraguai informou que a operação foi realizada pela Interpol no Paraná Country Club, no distrito de Hernandarias, na fronteira com o Brasil. Farina foi preso com documentos paraguaios e brasileiros. No Brasil, o doleiro é investigado por corrupção, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e associação criminosa.


A Operação Câmbio, Desligo foi deflagrada em 3 de maio contra um "grandioso esquema" de movimentação de recursos ilícitos no País e no exterior por meio de operações dólar-cabo, entregas de dinheiro em espécie, pagamentos de boletos e compra e venda de cheques de comércio. A organização, formada por cerca de 60 doleiros, movimentou entre 2011 e 2016 mais de US$ 1,652 bilhão, em contas que se espalharam por 52 países e envolveram mais de três mil offshores, segundo as investigações.

A Procuradoria da República no Rio sustenta que Farina operava na organização criminosa identificado sob o codinome "Boxe". Em quase todas as operações ele "comprava dólares, isto é, indicava aos colaboradores contas no exterior para receber recursos em moeda estrangeira, e, em contrapartida, entregava reais no Brasil".

"Como relataram os colaboradores, as transações realizadas (por Farina e outros três doleiros) totalizaram cerca de US$ 24 milhões, sendo compra de dólares por ;Boxe; no valor total de US$ 20,5 milhões e venda de dólares no montante global de US$ 2,3 milhões desde 2011", afirmou o Ministério Público Federal. "Esse núcleo operou com a organização criminosa até as vésperas da prisão dos delatores, no início de 2017, tudo indicando que continuam operando até hoje."

A Procuradoria denunciou Farina por formação de quadrilha e organização criminosa. A prisão do doleiro ocorreu um dia depois de terem sido feitas duas operações no mesmo endereço em busca de Farina, de acordo com o Ministério do Interior do Paraguai.

Em maio, a polícia já havia feito buscas em duas mansões em Hernandarias, propriedades de Farina e Messer. A casa de Messer estava abandonada, informou, na época, a polícia de Assunção. Ele está foragido. A defesa de Farina não foi localizada até a conclusão desta edição. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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