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Decisão sobre desfile em carro aberto será tomada nesta terça-feira

Decisão sobre uso de carro aberto será tomada hoje. Mais de 3 mil policiais, bombeiros e integrantes das Forças Armadas estão mobilizados. Cerca de 500 mil pessoas são esperadas

Vera Batista, Otávio Augusto, Bernardo Bittar
postado em 01/01/2019 06:00
Esquema de segurança na Esplanada dos Ministérios para a posse de Jair Bolsonaro
Com um forte esquema de segurança, a Esplanada dos Ministérios está pronta para receber um público de até 500 mil pessoas que vão assistir, de perto, a cerimônia da posse do presidente eleito, Jair Bolsonaro. A cerimônia tem início às 14h45, quando o futuro governante, acompanhado da primeira-dama, Michelle, sai da Catedral Metropolitana em um cortejo acompanhado pelo vice, Hamilton Mourão, com destino ao Congresso Nacional (veja arte).

Apenas hoje será decidido se Bolsonaro manterá a tradição de desfilar no Rolls-Royce aberto modelo Silver Wraith de 1952, usado por Getúlio Vargas, pela primeira vez, no ano seguinte, nas festividades do dia do trabalho. Desde 1985, os presidentes percorrem a Esplanada no veículo, mas, apesar de mais de 3,2 mil policiais, bombeiros e integrantes das Forças Armadas terem sido mobilizados para o evento, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) informou que caberá a Bolsonaro, que ainda se recupera de um atentado à faca sofrido durante a campanha, avaliar se vale a pena correr o risco.

Ontem, o clima em Brasília era de tranquilidade. O casal pernambucano Dailfa Lucena, 40 anos, e José Cavalcante, 39, aproveitou a segunda-feira com jeito de fim de semana para passear no Museu da República. Os dois saíram de Jaqueira, no interior do estado, especialmente para ver Jair Bolsonaro com a faixa presidencial. ;Eu já sabia que ele ia ganhar. Assim que saiu o resultado das eleições, compramos a passagem;, conta Cavalcante. Esperançosa, Dailfa diz que pretende ver mudanças substanciais no país. ;A gente deu oportunidade a ele. Se não der certo, mudamos de presidente de novo;, afirma.

Também aproveitando para conferir as atrações turísticas ao longo do Eixo Monumental, um animado grupo de Limeira (SP) estava ansioso para acompanhar a cerimônia de hoje. Os amigos se mobilizaram pelas redes sociais e vieram de van desde a cidade paulista, trazendo muita esperança na bagagem. ;O Brasil terá uma nova história. Nossa esperança é que sejam resolvidos todos os problemas que afligem os brasileiros, principalmente segurança pública, saúde e educação;, diz a aposentada Elvira de Lima, 65. ;Queremos que a vida mude radicalmente. Agora, as pessoas serão felizes;, acredita Juliana Almada, 59, dona da empresa de turismo que organizou a vinda da turma à capital.

Chegadas e saídas

No Aeroporto Internacional Juscelino Kubistchek, os passageiros que chegavam ou partiam da cidade nem perceberam que a segurança estava reforçada pelas polícias Federal, Militar e Civil. ;As equipes contam com o apoio do Batalhão de Policiamento com Cães (BPCães) e com agentes do Batalhão de Trânsito (BPTrans), que vão monitorar todo o sítio aeroportuário;, destacou a Inframerica, empresa de administração do aeroporto, em nota. Do balão que dá acesso ao complexo até a área de embarque, o reforço foi ampliado, mas sem restrição ao tráfego. Um carro da Força Nacional de Segurança Pública fazia a ronda ostensiva no aeroporto.

A professora aposentada Alexandra Montteiro da Silva, 67, veio do Rio de Janeiro para comemorar a chegada de 2019 com a família. Ela quer assistir à posse, mas se decidirá hoje. ;Tenho medo de ter alguma confusão ou ter muita gente. Queria assistir lá (na Esplanada). Sempre vi pela televisão;, conta. A professora faz bons votos ao próximo ano. ;Tomara que melhore. Não pelo presidente ou partido, mas pelo povo. Todos estão muito sofridos com a nossa situação;, destaca, ao pedir investimento na educação e saúde.

Os chefes de Estado ou representantes de governos que desembarcam na capital federal para a posse chegam por uma área restrita. Eles são recebidos por uma comitiva e deixam o local acompanhados de policiais federais e de homens do Exército. ;Tudo é feito com muita rapidez e segurança, sem prejuízo aos demais passageiros;, disse um funcionário da administração do local. A imprensa não teve acesso aos nomes das autoridades que desembarcaram ontem.
Enquanto o primeiro escalão se preparava para a posse, apoiadores do presidente eleito aproveitavam a concentração de pessoas em frente à Granja do Torto ; residência de transição da família Bolsonaro ; para conversar com a população. Um deles foi um dos cinco irmãos do presidente eleito. Renato Bolsonaro disse ter vindo a Brasília desde Eldorado (SP) em avião de carreira. ;Dividido em 10 vezes;, brincou. Ele afirmou não saber onde será a ceia de réveillon da família, mas disse que todos, inclusive a chefe do clã, dona Olinda, 91 anos, estarão juntos.

Aos fãs do presidente, Renato Bolsonaro mandou beijos e abraços, além de posar para selfies. O deputado federal Helio Fernando Barbosa, conhecido como Helio Bolsonaro (PSL-RJ), o mais votado do Rio, também foi visitar o futuro presidente da República, seu padrinho político. ;Vou lutar por um país mais justo e igualitário, especialmente no que diz respeito às questões raciais;, contou.

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