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Expectativa é de economia liberal com nova gestão, dizem especialistas

Relacionamento com o Congresso deve ter novo modelo

Agência Brasil
postado em 01/01/2019 08:01
Relacionamento com o Congresso deve ter novo modeloO governo do presidente, Jair Bolsonaro (PSL), deve conduzir uma agenda econômica com ações para reduzir despesas governamentais e estimular o crescimento. Deverá dar atenção a demandas ;conservadoras; de aliados e eleitores, mas agirá com pragmatismo político para que suas propostas sejam aprovadas no Legislativo e obtenha bons resultados.

A avaliação é de intelectuais ouvidos pela Agência Brasil. O sociólogo Simon Schwartzman, ex-presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (1994-1998), diz que na área macroeconômica as prioridades estão bem definidas: "Reforma da Previdência, medidas para redução do déficit público, abertura da economia;.

Para Antônio José Barbosa, professor de História Contemporânea da Universidade de Brasília (UnB), o novo governo, sob o ponto de vista político e econômico, será ;liberal;, disse ao lembrar da promessa de Bolsonaro ;em cumprir a Constituição Federal; e da decisão de escolher Paulo Guedes, ;com carta branca;, para o Ministério da Economia.

Prioridades

Para Barbosa, o novo presidente fará ;acenos; ao eleitorado conservador preocupado com os ;costumes;, mas deverá dar prioridade à economia. ;Ele é inteligente e sabe que o ponto central é a economia que criar milhões de empregos.;

O historiador analisa que, assim como Bolsonaro, os ministros serão pragmáticos. ;O novo ministro da Educação [Ricardo Vélez Rodríguez] rapidamente vai compreender que a realidade é muito mais ampla;, disse.

Simon Schwartzman espera que, para melhorar a formação escolar e aumentar a produtividade da força de trabalho qualificada, o novo governo avance ;na implementação da reforma do ensino médio e na melhoria da qualidade da educação básica, aperfeiçoando a implementando a Base Nacional Curricular Comum e apoiando e ampliando as experiências bem-sucedidas de educação pública de qualidade;.

Modelo Novo

A adoção de medidas econômicas, da pauta social, como educação, e a ;agenda de costumes;, a serem propostas pelo novo governo, vai depender do relacionamento com o Congresso Nacional, onde ainda não dispõe de maioria para aprovar reformas constitucionais (3/5 de votos na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, em votações em dois turnos).

O cientista político Lúcio Rennó, da UnB, autor de estudo sobre o reposicionamento conservador dos brasileiros nas eleições de outubro deste ano, destaca a força que as lideranças partidárias têm na Câmara e no Senado.

;Questões transversais não têm como não ser negociadas sem essas lideranças;, ponderou. Ele lembra que as regras de funcionamento do Congresso nas últimas eleições ;fortalecem os partidos;, por isso ;suas estruturas institucionais não poderão ser ignoradas;.

Para o especialista, é possível que o novo governo adote uma forma inédita de relacionamento com as lideranças partidárias. Em substituição à política baseada em troca de apoio, por meio de cargos e recursos do Orçamento, o Palácio do Planalto orientaria as negociações para que avancem com a maior participação das lideranças, também responsáveis pela concepção e elaboração das propostas. ;Essa construção conjunta seria um modelo novo.;

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