Politica

Setor da Praça dos Três Poderes mais próximo do Planalto fica lotado

A área foi fechada ao meio-dia por já estar lotada. Eleitores de todo o país começaram a chegar cedo à Esplanada

Paulo Silva Pinto
postado em 01/01/2019 13:58
Carro do corpo de bombeiros joga água para refrescar simpatizantes que aguardam discurso de BolsonaroAo meio-dia desta terça-feira (1;/1), foi fechado ao público, por já estar lotado, o setor da Praça dos Três Poderes mais próxima ao Palácio do Planalto. Ainda havia espaço em uma área mais distante. Apoiadores de Jair Bolsonaro chegaram cedo na tentativa de conseguir um bom lugar para assistir ao discurso em seguida à transmissão da faixa presidencial nesta tarde, enfrentando uma longa espera, com momentos de sol e de chuva.

A empresária Marlene Carvalho, 81 anos, de Marataízes (ES), com rachadura no fêmur, veio em cadeira de rodas. "Bolsonaro merece ", afirmou. Ela assistiu a um discurso dele em Vitória no início do ano. "Vi que havia salvação para o país", relatou. Marlene viajou de avião de sua casa para São Paulo, onde encontrou a filha Selene Carvalho, 53 anos. Na companhia de uma amiga, as duas voaram a Brasília na sexta-feira. Selene se queixou da falta de acomodação especial para pessoas na situação da mãe. "Esqueceram do cadeirante", disse.

Ao lado dela, Joyce Krischke, de Balneário Camboriú (SC) também reclamava. "Eu liguei para a equipe de transição. Ficaram de dar um retorno, mas não ligaram", relatou ela, que tem três costelas quebradas. Marlene, Joyce e a comerciante Suse Tenor, 54 anos, ficaram em um corredor entre duas áreas isoladas, apartadas do restante do público, mas sem cobertura. A visão do Planalto é distante e limitada. Suse veio no carro dirigido pelo marido, Fernando Rossitto. Chegaram às 23h do dia 31. "Não comemoramos a passagem de ano. Fomos dormir no hotel", ele contou.

Pessoas de todo o país

O público na Praça dos Três Poderes tinha pessoas de todas as regiões do país. A Direita Pernambucana, grupo de 60 pessoas veio de ônibus do estado. "Somos 600 lá, em 52 municípios. Nos reunimos desde 2014 para defender valores conservadores, com deveres antes de direitos", relatou o empresário Marcos Chaves, 45 anos.

A pedagoga Alessandra Lins, 44 anos, moradora de Olinda, disse que, embora Bolsonaro tenha perdido a eleição no Nordeste, o apoio à direita vem crescendo na região nos últimos pleitos. Eleitora de Luiz Inácio Lula da Silva em 2002 e 2006, ela contou que "acreditava na mudança", mas se frustrou. "Ainda somos um país que pensa pequeno", avaliou. Na opinião dela, o preconceito contra nordestinos foi incentivado nos governos petistas. "Foi ali que criaram o nós contra eles", disse.

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