Politica

Líderes estrangeiros veem oportunidade de estreitar laços e fechar parceria

Cerimônia de posse de Bolsonaro contou com apenas 11 presidentes e primeiros-ministros, o menor número em 22 anos. Chefes de Estado e de governo aproveitam para reforçar a cooperação bilateral com o Brasil

Otávio Augusto, Rodolfo Costa , Paloma Oliveto
postado em 02/01/2019 06:00

É um grande dia para os brasileiros e para Israel, também. Brasil e Israel são irmãos. Benjamim Netanyahu, primeiro-ministro de Israel (na foto, à esquerda, abraçando Bolsonaro)

Com o menor número de chefes de Estado e de governo desde a investidura de Fernando Henrique Cardoso, em 1997, a posse de Jair Bolsonaro reuniu 11 presidentes e primeiros-ministros em Brasília. As declarações dos líderes estrangeiros presentes sinalizam que eles enxergam no novo mandatário uma oportunidade de estreitar laços e firmar parcerias comerciais bilaterais, ao gosto do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo. O novo chanceler brasileiro sinalizou o bilateralismo como mote da política externa dos próximos quatro anos. Além de encontros com Bolsonaro, os convidados aproveitaram para conversar entre si em reuniões diplomáticas.

O número de chefes de Estado e de governo presentes chegaria a 12. No entanto, o peruano Martín Vizcarra, que desembarcou em Brasília na segunda-feira, retornou a Lima na manhã de ontem, devido à demissão de dois investigadores do escândalo de corrupção envolvendo a brasileira Odebrecht (leia na página 22). O ministro das Relações Exteriores do Peru, Nestor Popolizio, permaneceu na capital e o representou na solenidade.

O Chile vai fortalecer as relações com o Brasil em todos os ângulos. Sebástian Piñera, presidente do Chile (à esquerda)

A estrela internacional da posse foi o primeiro-ministro israelense, Bejamin Netanyahu. No Brasil desde a quinta-feira passada, ele chegou ontem a Brasília e, ao longo do dia, publicou três tuítes, nos quais elogiava o colega brasileiro. Em todas as postagens, chamou Bolsonaro de ;amigo;. Durante a recepção oferecida no Palácio do Itamaraty, o premiê revelou à imprensa que convidou o presidente a visitar Israel e enalteceu as relações entre os dois países. ;Este é um ótimo começo. Bolsonaro representa o povo. É um grande dia para os brasileiros e para Israel, também. Brasil e Israel são irmãos;, ressaltou.


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O casal presidencial chegou ao Itamaraty pouco depois das 19h para receber os cerca de 2 mil convidados de 46 delegações estrangeiras, além de brasileiros, para o coquetel, seguido de um jantar. A primeira-dama, Michelle Bolsonaro, trocou de roupa e, no lugar do vestido midi rosa usado ao longo do dia, ostentou um longo preto, com mangas rendadas. O ministro das Relações Exteriores e a mulher dele, a diplomata Maria Eduarda, também recepcionaram os visitantes. No coquetel, o cerimonial do Itamaraty serviu bolinhos de bacalhau e de carne, entre outras iguarias, acompanhados de caipirinha, cerveja, vinhos nacionais e espumante da gaúcha Casa Valduga. A imprensa não teve acesso à festa, embalada por um grupo de chorinho, realizada no mezanino do palácio.


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O presidente do Chile, Sebástian Piñera, foi um dos primeiros a chegar e disse aos jornalistas que o país vai ;fortalecer as relações com o Brasil em todos os ângulos;. Ele citou um acordo recente de livre-comércio e o projeto de criação do corredor bioceânico, que ligará o Atlântico e o Pacífico por meio dos dois países. Piñera contou que se reuniu também com o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Souza, e com Netanyahu. ;Israel se transformou em uma potência tecnológica, em matéria de cibersegurança, de inteligência artificial e de aproveitamento de recursos hídricos;, afirmou, ao acrescentar que o Chile mantém interesse de fechar mais parcerias com o país.

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