Paulo Silva Pinto, Alessandra Azevedo
postado em 03/01/2019 13:28
O ministro chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, afirmou, nesta quinta-feira (3/1), que os funcionários do órgão ; e de outros ministérios ; serão entrevistados para que se saiba quem os indicou e qual é sua posição ideológica. A ideia é afastar pessoas com perfil ideológico diferente ao do novo governo e simpáticas às administrações petistas.
[SAIBAMAIS]"Não faz sentido mantê-los. Estamos tendo coragem de fazer. O que talvez tenha faltado ao governo que se encerrou em 31 de dezembro", afirmou Lorenzoni, em entrevista coletiva, após ser indagado pelo Correio se a medida não consistia em uma caça às bruxas. Lorenzoni disse que o "critério primeiro" para as exonerações é técnico, mas "depois vai ser feita uma avaliação, uma análise de quem é que indicou, como chegou, para tentar se retirar da atual máquina".
Segundo o ministro, o socialismo e o comunismo, que guiaram decisões "nos últimos 30 anos", foram derrotados nas urnas, e não podem ser defendidos por pessoas com cargos de confiança. Para ele, a leva de demissões é "o único jeito de poder tocar nossas ideias, nossos conceitos, e fazer aquilo que a sociedade brasileira decidiu por maioria, que é dar um basta nas ideias socialistas e nas ideias comunistas que por anos nos levaram a este caos que vemos hoje".
Sobre a exoneração de servidores em cargos comissionados na Casa Civil, publicada na edição de hoje do Diário Oficial da União, chamada de "despetização" por Lorenzoni, ele disse também que Bolsonaro recomendou e autorizou aos ministros que façam a mesma coisa. Garantiu que o esquema será replicado em "praticamente todos" os ministérios. "Não há nenhum sentido de termos um governo no perfil que nós temos com pessoas que defendem outra lógica, outro sistema político e outra organização da sociedade", explicou.
Ele acrescentou que serão reproduzidos, no segundo e no terceiro escalões, os mesmos critérios técnicos usados para a escolha de ministros. Os nomes, entretanto, devem respeitar "uma afinação com o projeto que nós representamos".
Imóveis da União
Lorenzoni disse, ainda, que será feito um levantamento do número de imóveis da União com a intenção de reduzir gastos. "As primeiras informações são gigantescas. Fala-se de 700 mil imóveis. E, mesmo assim, o governo ainda paga aluguel", comentou.
Ele falou com jornalistas , com quase quatro horas de duração, a partir das 9h.
Após a coletiva, Lorenzoni seguiu para um almoço que terá a presença de Bolsonaro e do ministro da Economia, Paulo Guedes. No encontro, será discutida a reforma da Previdência.