Politica

Secretário da Agricultura sobe o tom contra invasão de fazenda no Pará

Nabhan, secretário especial de Regulação Fundiária do Ministério da Agricultura, cobrou ações mais severas para conter ação do grupo

Otávio Augusto
postado em 14/01/2019 15:31
Essa é a primeira ocupação de terras  no governo de Bolsonaro
O secretário especial de Regulação Fundiária do Ministério da Agricultura, Luiz Antônio Nabhan Garcia, subiu o tom para o que classificou como uma "ação de organização criminosa", no Pará. Nesta segunda-feira (14/1), ele comentou a invasão a uma fazenda de 2,9 mil hectares, no município de Itupiranga, a 50km da cidade de Marabá. A ação de 500 integrantes da União Nacional Camponesa (UNC) já dura três dias. Essa é a primeira ocupação de terras desde o início do governo de Jair Bolsonaro.

Três pessoas foram presas em flagrante por posse ilegal de arma de fogo e pelo menos 10 pessoas foram mantidas em cárcere privado. "A fazenda foi invadida por uma organização criminosa. Esses invasores serão anotados e não serão beneficiados por programas da reforma agrária. Qualquer prática de invasão é inaceitável e neste governo vamos tomar todas as medidas para que eles sejam enquadrados cível e penalmente pelo seus crimes", criticou o secretário.

Nabhan disse que está em contato com o governador paraense, Helder Barbalho, para endurecer as medidas contra o grupo. A propriedade está registrada junto ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e possui autorização para desenvolver atividades de agricultura e pecuária. Segundo Nabhan, as terras são consideradas de médio porte e altamente produtivas.

"Cobramos do governo do Pará que tenham posturas mais severas e que identifique esses invasores, que estão cometendo crimes. Vou recomendar o Tribunal de Justiça do Pará que seja expedido o mandado de reintegração de posse para frear essa ação que promove o caos e o pânico a quem está trabalhando e produzindo para o país", concluiu Nabhan.

O secretário garantiu que as ações de reforma agrária continuarão, mas dentro da lei. "E isso é reforma agrária? Isso é bagunça agrária, anarquia agrária. Reforma agrária está na lei e vai continuar. Propriedade sem função social vai para reforma, mas propriedade produtiva, não. E essas pessoas não serão beneficiadas", alertou.

Fim da ocupação

No início da noite, a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SEGUP) do Pará anunciou o fim da ocupação. A Delegacia Especializada em Conflitos Agrários (DECA) mediou o caso. "A princípio, verificou-se uma hostilidade do grupo, mas após longa mediação e diálogo com as lideranças, a fazenda foi liberada", destacou, em nota. A Delegacia de Conflitos Agrários já diligenciou junto ao Incra para que o órgão federal inclua a propriedade rural no seu Plano de Reforma Agrária.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação