Politica

Bolsonaro e Macri defendem maior abertura comercial no Mercosul

Durante encontro no Itamaraty, presidente brasileiro fala que reformas devem 'soltar as amarras' do crescimento do país

Rosana Hessel
postado em 16/01/2019 14:31
Durante encontro no Itamaraty, presidente brasileiro fala que reformas devem 'soltar as amarras' do crescimento do país
Durante visita oficial do presidente da Argentina, Maurício Macri, ao Brasil, nesta quarta-feira (16/01), o presidente Jair Bolsonaro, reforçou o interesse de maior abertura comercial tanto do Brasil quanto do Mercosul. Ao levantar a taça para o brinde no almoço oferecido pelo governo brasileiro à delegação argentina, na Sala Brasília do Palácio do Itamaraty, o chefe do Executivo declarou mais de uma vez que a visita de Macri marca uma ;nova página; das relações entre os dois países e aproveitou o encontro também para defender as reformas econômicas e estruturais. Macri também aproveitou o encontro para reforçar a necessidade de uma abertura maior do bloco.

;Estou seguro que começamos a escrever hoje um novo capítulo da história das relações entre o Brasil e a Argentina, para o benefício dos nossos povos;, disse Bolsonaro no início do brinde no Itamaraty, mais cedo, no Palácio do Planalto, ele defendeu um Mercosul mais ;enxuto;. ;Estamos decididos a levar reformas econômicas de envergadura que soltem as amarras do nosso crescimento e gerem emprego e renda para os brasileiros. Buscamos aqui um Estado eficiente e setor privado pujante. Buscamos um ambiente que favoreça o empreendedor e a abertura cada vez maior;, destacou o presidente brasileiro.

Macri é o primeiro chefe de Estado a fazer uma visita oficial ao novo governo após a posse de Bolsonaro em 1; de janeiro. Ele não compareceu à cerimônia porque estava em férias. Ao defender uma maior abertura no Mercosul, o governante argentino criticou o protecionismo das últimas décadas na região, que ele classificou como ;equivocado;. ;Achamos que o protecionismo protegeria os nossos países, mas ficamos para trás;, afirmou ele, defendendo maior dinamismo entre as economias do bloco para o progresso e redução do desemprego. ;Essa viagem é o começo de um salto para frente do Mercosul e da convivência que seja melhor daqui para frente;, afirmou. A Argentina tem a presidência pró-tempore do bloco, que será passada para o Brasil no meio do ano.

Macri foi mais incisivo do que Bolsonaro ao criticar o governo venezuelano, cujo presidente Nicolás Maduro, não foi reconhecido pelo Grupo de Lima. ;Não aceitamos a zombaria de Maduro, um ditador que quer se perpetuar no poder com eleições fictícias;, declarou ele, mais cedo no Planalto. A Venezuela continua suspensa do Mercosul. O presidente brasileiro preferiu utilizar um discurso mais ameno, defendendo uma maior integração da região, com mais desenvolvimento e de mais oportunidades. ;Estamos confiantes na modernização do Mercosul tanto em seu aperfeiçoamento interno como na ampliação de suas relações com o mundo. O dinamismo das relações entre Brasil e Argentina não vem apenas da proximidade geográfica e de nossos interesses compartilhados. Sem a identidade de valores de nossas sociedades nunca teríamos avançado tanto em nossa parceria;, declarou Bolsonaro.

O presidente brasileiro ainda elogiou as medidas de ajuste econômico adotadas por Macri na Argentina para modernizar o Estado vizinho, que atravessa uma crise financeira com inflação elevada que vem afetando as exportações brasileiras, e reforçou uma maior aproximação entre os dois países no combate ao crime organizado. ;Esse é um mal que angustia as famílias brasileiras, que há muito não toleram os níveis de violência que o país chegou. Essa sua visita permitiu aos nosso governo tratar de um aprofundamento da cooperação de nossos países contra o crime. O Brasil será sempre um firme aliado nessa luta;, afirmou Bolsonaro.

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