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Imóvel em Laranjeiras: datas de depósitos contradizem Flávio Bolsonaro

Em escritura de imóvel vendido pelo senador eleito, que ele diz ser a origem dos depósitos fracionados em sua conta, constam datas diferentes das indicadas pelo Coaf

Estado de Minas
postado em 22/01/2019 10:39
Flávio Bolsonaro
A divergência entre as datas dos depósitos fracionados feitos na conta do senador eleito Flávio Bolsonaro e as da escritura de venda da cobertura do imóvel apontado por ele como origem do dinheiro complica a defesa do filho do presidente Jair Bolsonaro. A escritura da cobertura na Rua Pereira da Silva, no Bairro Laranjeiras, com as condições do contrato de compra e venda indica que, além da permuta de dois imóveis, o ex-atleta Fábio Guerra deveria pagar R$ 600 mil a Flávio. Os primeiros R$ 550 mil foram sinal que começou a ser quitado em 24 de março de 2017. Além disso, foram pagos outros R$ 50 mil na assinatura da escritura, que foi finalizada em 23 de agosto de 2017, mas não ficou definido qualquer pagamento em dinheiro vivo.
[SAIBAMAIS]Em entrevista para explicar as movimentações financeiras atípicas em suas contas apontadas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), Flávio afirmou que o dinheiro dos 48 depósitos de R$ 2 mil feitos em sua conta em junho e julho de 2017 era oriundo da venda de um apartamento na Zona Sul do Rio. ;Tentam de uma forma muito baixa insinuar que a origem desse dinheiro tem a ver com um ex-assessor meu ou terceiros. Não tem. Explico mais uma vez. Sou empresário, o que ganho na minha empresa é muito mais do que como deputado. Não vivo só do salário de deputado;, afirmou Flávio.
Ele disse que recebeu parte do pagamento da venda do apartamento em dinheiro e que fez os depósitos fracionados, totalizando R$ 96 mil, no caixa eletrônico da Assembleia Legislativa do Rio por ser o local onde trabalha. Segundo ele, R$ 2 mil é o limite aceito no caixa eletrônico. A maior parte dos depósitos, entretanto, foi feita em horário de expediente bancário. Dessa forma, o dinheiro poderia ter sido depositado de uma única vez na boca do caixa. "O imóvel foi R$ 2,4 milhões, o (apartamento) que era dele aqui (comprado por Fábio). Eu dei o meu lá (na Urca). Está tudo na escritura por R$ 1,5 milhão. Dei uma sala comercial de R$ 300 mil, R$ 50 mil em cheque e R$ 550 mil foi feito em depósito e cerca de 100 mil em dinheiro que não foi feito de uma vez só;, afirmou Fábio Guerra ao Jornal Nacional, da TV Globo. ;Dei assim em dois ou três meses. Não dei R$ 100 mil de uma vez só. Vendi um imóvel no passado para poder pagar ele. Peguei parte em dinheiro (da venda) também e dei para ele;. Guerra, entretanto, diz que não tem os recibos dos pagamentos de dinheiro em espécie.

Fábio Guerra afirmou também que não sabe porque os depósitos foram fracionados, pois entregou valores superiores a R$ 20 mil: ;Esses 48 depósitos, não tenho nada a ver com isso não;, garantiu. Segundo ele, Flávio era seu vizinho de prédio na Urca e a negociação teve início com a intermediação de um corretor que sabia do interesse do senador eleito em vender apartamento em Laranjeiras.

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