Gabriela Vinhal
postado em 22/01/2019 15:41
O presidente em exercício, Hamilton Mourão, disse, nesta terça-feira (22/1), que o único problema do deputado estadual e senador eleito, Flávio Bolsonaro, é o sobrenome dele. Ele é investigado por movimentações financeiras atípicas envolvendo também seu ex-motorista e ex-assessor, Fabrício Queiroz.
;O único problema do senador Flávio é o sobrenome dele, se fosse Silva;;, disse o vice-presidente. Ele ressaltou ainda que, além de Flávio, há outros parlamentares da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) sendo investigados pelo mesmo motivo.
Mourão voltou a negar, inclusive, que o assunto respinga no governo. ;Não compete a mim analisar. O governo está tranquilo, esse não é um fato que nos interesse por enquanto. Quando passar a interessar aí será divulgado o que for necessário;, complementou.
Além das denúncias no relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), na manhã desta terça-feira, ocorreu uma operação do Ministério Público e da Polícia Civil do Rio de Janeiro que prendeu cinco suspeitos de integrar uma milícia que age em grilagem de terras e procura por mais oito envolvidas no esquema. Entre elas, está o ex-capitão Adriano Magalhães da Nóbrega, filho e esposo de duas mulheres que foram funcionárias de Flávio na Alerj.
A mãe Raimunda Veras Magalhães foi identificada como uma das remetentes de depósitos de Queiroz, citados no relatório da Coaf. Segundo a investigação, Raimunda depositou R$ 4,6 mil na conta do ex-motorista. Além dela, a mulher de Adriano, Danielle Mendonça da Costa da Nóbrega, também foi lotada no gabinete de Flávio na Alerj. Ambas foram exoneradas no ano passado.
Discurso à elite política e econômica
Mourão comentou também o discurso do presidente em Davos, na Suíça, e reforçou o comprometimento do Brasil no Acordo de Paris, com a questão ambiental e climática do mundo.
Sobre Bolsonaro ter afirmado, ainda durante a campanha eleitoral, que poderia retirar o país do acordo, o vice-presidente minimizou a declaração e disse que ;acontecem ruídos;, mas que não poderia ;fugir da questão;. "Às vezes alguns ruídos acontecem mas o presidente não pode fugir dessa questão do clima e ele deixou claro isso no discurso dele", disse, ao chegar no Palácio do Planalto.