Politica

Simone Tebet teme hegemonia caso DEM conquiste a Presidência do Senado

Para a senadora sul-mato-grossense, pretensão de demistas à presidência da Casa prejudica governabilidade

Murilo Fagundes*
postado em 23/01/2019 06:00

Simone Tebet, que disputa indicação do MDB, aponta interferência de Onyx Lorenzoni na eleição

A10 dias da eleição para a Presidência do Senado, a senadora Simone Tebet (MDB-MS), que na terça-feira lançou seu nome na disputa dentro do partido, vê com preocupação a insistência do DEM em indicar Davi Alcolumbre (DEM-AP) para concorrer ao posto mais alto do Congresso Nacional. A parlamentar disse que acredita haver interferência do ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, na indicação de Alcolumbre e afirmou que isso ;pode comprometer o apoio da maior bancada da Casa (o MDB) logo de cara; ao governo.

A hegemonia que Tebet acredita estar se formando diz respeito ao fato de o DEM já estar no comando de três ministérios ; Casa Civil, Agricultura e Saúde ; e de ter grandes chances na corrida pela Presidência da Câmara, com a candidatura à reeleição do deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ). ;Eu não vejo essa hegemonia do DEM como algo saudável para o país. E vejo o direito do MDB, que foi dado pelo povo, de disputar a Presidência. Em cima disso, eu antecipei a minha candidatura;, disse.

Segundo a senadora, ;eles (do DEM) estão colocando a Presidência do Senado como um fim em si mesmo, esquecendo a governabilidade;. Quem também criticou a interferência de Lorenzoni na eleição do comando da Casa foi o senador Major Olímpio (PSL-SP), também candidato à Presidência do Senado. Olímpio disse que ;o governo tem de ser governo; e que, ;se alguém tiver condutas partidárias, pode atrapalhar;. O senador afirmou que existe a possibilidade de retirar sua candidatura caso Tebet consiga ganhar força para levar a disputa.

Como disse ao Correio em novembro do ano passado, caso chegue à Presidência do Senado, Tebet prometeu dar prioridade à pauta econômica, associada a ações mais rápidas na pauta de segurança. Na visão dela, as pautas de costumes ;têm de vir no segundo momento e não podem contaminar o processo;. Sobre a Reforma da Previdência, afirmou ser favorável.

;Nós precisamos tirar a reforma da agenda. Se não, o país não vai andar. E esse processo vai ser natural. É claro que a oposição tem o espaço dela. Ninguém precisa votar a reforma em 30 dias. Mas empresários, comerciantes precisam ver que prazos estão sendo cumpridos;, declarou.

Disputa interna

Para chegar à Presidência do Senado, Simone precisará, antes de vencer os oponentes de outros partidos, conquistar a disputa interna dentro da própria legenda, da qual é líder. Isso porque o nome do senador Renan Calheiros (MDB-AL) ainda não foi descartado. No Twitter, ele afirmou que ;a candidatura da senadora Simone Tebet robustece o processo decisório; e que ;o fundamental é que cheguemos juntos ao plenário no dia 1; de fevereiro;.

Na tarde de ontem, a senadora ligou para Calheiros e oficializou ao colega que é candidata à Presidência do Senado. O twitter oficial do partido informou que, até o momento, o nome de Simone era o único apresentado oficialmente. A conta ainda sustentou que, ;em nenhum momento, esta candidatura divide o MDB;.

*Estagiário sob supervisão de Odail Figueiredo

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