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Guedes diz que Brasil fará as reformas necessárias para voltar a crescer

O ministro ainda reforçou que a primeira prioridade do governo, em termos de reformas, será encaminhar, ao Congresso, o texto da reforma da Previdência

Gabriel Ponte*
postado em 23/01/2019 16:11
O ministro ainda reforçou que a primeira prioridade do governo, em termos de reformas, será encaminhar, ao Congresso, o texto da reforma da Previdência
Em almoço com investidores nesta quarta-feira (23/01), o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o Brasil está sob uma nova administração que implementará as reformas econômicas necessárias para promover a volta do crescimento no país. Durante o discurso, feito em inglês e que durou 20 minutos, Guedes destacou o crescente aumento dos gastos públicos nos últimos anos, atribuindo as contas públicas no vermelho aos governos anteriores, aos quais chamou de "velha política".

De acordo com Guedes, a inflação doméstica do país só crescia, justificando a atitude do Banco Central em promover a elevação da taxa básica de juros (Selic). Ainda segundo o ministro, como consequência, os efeitos foram a estagnação da economia por anos. O titular da pasta ainda reforçou que a primeira prioridade do governo, em termos de reformas, será encaminhar, ao Congresso, o texto da reforma da Previdência, que deve incluir um sistema de capitalização. "Não podemos prometer coisas para o futuro, se não fizermos nada para o futuro", alegou durante o almoço.

Paulo Guedes mencionou que, no país, 46 milhões de pessoas constituem, atualmente, a População Economicamente Ativa (PEA) e não contribuem para o sistema previdenciário. Para ele, a correção a ser feita no sistema é semelhante à que ocorreu no Chile, 30 anos atrás. "É difícil, nós sabemos, mas implementaremos pensando nas gerações futuras, que estarão inclusas em um novo sistema com garantias públicas", explicou.

O ministro da Economia disse que, apesar de haver uma série de reformas fiscais a serem encaminhadas ao Congresso, o envio será intervalado. "Não vamos enviar tudo para o Congresso. Vamos enviar um projeto apenas por momento. No caso, o mais urgente, que é a Previdência. O Congresso sabe da urgência das reformas. Eles não são suicidas", ressaltou.

Paulo Guedes também destacou que é "inconcebível" a oitava maior economia do mundo estar atrás do Sudão, no ranking de países que oferecem facilidades para os negócios. "Tem que estar na oitava posição entre os países com maior facilidade em negócios", reclamou. O ministro disse que a abertura do Brasil ao mercado internacional é outro desafio a ser enfrentado pelo governo do presidente Jair Bolsonaro. Em relação à tributação, o ministro sugeriu que o país pode reduzir a taxação de empresas de 34% para 15%. "Quem vai investir no Brasil com imposto de 34%, quando nos EUA é 20%?", questionou.

Por fim, Guedes reforçou que o novo governo, de orientação liberal, está empenhado em promover um corte dos gastos públicos, a partir do enxugamento de ministérios e simplificação pessoal. O titular da pasta de Economia também criticou as elevadas despesas governamentais com instalação e residência de ministros. "Eles oferecem grandes casas para ministros viverem à beira do lago. Nós vamos privatizar isso, vender isso, assim como grandes companhias fazem quanto estão com problemas financeiros", defendeu. Guedes também revelou que o país paga, anualmente, US$100 bilhões em juros de dívidas. "O Brasil reconstrói uma Europa por ano após a Segunda Guerra Mundial", comparou.

O ministro, que discursou em inglês, foi aplaudido ao fim do pronunciamento no encontro, intitulado "O futuro do Brasil". Guedes pediu, reiteradamente, que os investidores analisassem o país em um momento que a economia global aponta para uma desaceleração mundial. "Se vocês querem algo próspero, uma coisa positiva, olhe para nós. Temos uma democracia estabilizada, abrindo a economia, reduzindo as taxas, simplificando negócios. Estaremos abertos para negócios e esperando vocês", concluiu.
*Estagiário sob supervisão de Roberto Fonseca

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