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Juiz do DF marca depoimento de Palocci sobre compra de caças suecos

Ex-ministro da Defesa, Nelson Jobim, também será ouvido pela Justiça. Ambos participam do processo como testemunhas

Renato Souza
postado em 24/01/2019 16:10

Palocci citou Lula em delação premiada, atribuindo ao ex-presidente suposto

O juiz Vellisney de Souza Oliveira, da 10; Vara Federal de Brasília, marcou para 18 de março o depoimento dos ex-ministros Antônio Palocci e Nelson Jobim como testemunhas no processo relacionado a compra de 36 aviões de caça da Suécia. A ação penal corre contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o filho dele Luis Cláudio Lula da Silva.

Lula é acusado de tráfico de influência na compra dos aviões de combate. A investigação sobre o assunto ocorreu no âmbito da Operação Zelotes, da Polícia Federal, em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é réu pelos crimes de tráfico de influência, organização criminosa e lavagem de dinheiro na compra de caças Gripen pelo governo federal. Os crimes teriam ocorrido entre 2013 e 2015, quando o petista, já como ex-presidente, teria participado de um esquema para beneficiar empresas durante a gestão de Dilma Rousseff como chefe do Executivo.

Além de Lula e do flilho Luis Cláudio Lula da Silva, são réus na ação o casal de lobistas Mauro Marcondes e Cristina Mautoni.

Os depoimentos de Palocci e Jobim foram cancelados anteriormente pelo desembargador Néviton Guedes para que outras testemunhas fossem ouvidas na Suécia, França e Reino Unido. Por conta disso, o juiz Vallisney pediu celeridade para esses países. Entre os depoimentos que devem ser tomados no exterior está o do ex-presidente da França, Nicola Sarkozy, nos quais os advogados de Lula dizem ser uma "testemunha imprescindível".

Denúncia


Na denúncia, apresentada em 2016, o Ministério Público Federal acusou os réus por "negociações irregulares que levaram à compra de 36 caças do modelo Gripen, por cerca de R$ 5,4 bilhões, pelo governo brasileiro e à prorrogação de incentivos fiscais destinados a montadoras de veículos por meio da Medida Provisória 627".

Os procuradores afirmam que os crimes aconteceram entre 2013 e 2015, quando Lula, já ex-presidente, "integrou um esquema que vendia a promessa de que ele poderia interferir junto ao governo para beneficiar as empresas MMC, grupo Caoa e SAAB, clientes da empresa Marcondes e Mautoni Empreendimentos e Diplomacia LTDA (M)".

Em troca, afirma a denúncia, Mauro e Cristina, donos da M, repassaram a Luis Cláudio pouco mais de R$ 2,5 milhões.

Em maio de 2017, o mesmo juiz Vallisney rejeitou um pedido da defesa de Lula para absolvição sumária do ex-presidente na ação.

Matéria feita com informações da Agência Estado

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