Agência Estado
postado em 27/01/2019 07:46
O Planalto se prepara para o seu "batismo de fogo" na sua relação com o Congresso Nacional. Com o início da nova legislatura em fevereiro, o núcleo político começou a mobilizar ministros e parlamentares aliados para garantir a aprovação, ainda neste primeiro semestre, da reforma da Previdência que está sendo elaborada pela equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes.
Para isso, espera o estancamento da crise envolvendo o deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), citado em investigação do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que identificou movimentações financeiras consideradas atípicas.
Antes de começar o trabalho pela aprovação da reforma, o governo terá pela frente as eleições pelos comandos da Câmara e do Senado, marcadas para o dia 1.º de fevereiro. Com o afastamento do presidente Jair Bolsonaro, pelo menos até a véspera da disputa em decorrência da cirurgia para a retirada da bolsa de colostomia, os ministros da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, e da Secretaria de Governo, Carlos Alberto dos Santos Cruz, estarão à frente de costuras e conversas com lideranças da base aliada e outros parlamentares.
Na volta do presidente, prevista para o início de fevereiro, o Planalto pretende atuar por meio de núcleos para avançar nas negociações com os parlamentares. Onyx contará com uma equipe de ex-parlamentares para as conversas com lideranças. Por sua vez, o ministro Santos Cruz deverá receber deputados e senadores para tratar da liberação de verbas previstas no Orçamento Geral da União a atendimentos de prefeitos e lideranças regionais, segundo um auxiliar do presidente.
O ministro Paulo Guedes também tem recebido parlamentares da base aliada para discutir a proposta de mudança da Previdência. A deputada Carla Zambelli (PSL-SP) disse à reportagem que os primeiros estudos apresentados pelo ministro teriam sido recebidos de forma positiva pela bancada do partido na Câmara. A parlamentar afirmou que a escolha do deputado Major Vitor Hugo (PSL-GO) para a liderança do governo na Casa foi o primeiro passo "acertado" do Planalto na negociação da Previdência, já que não causou "chiados". "O que vamos discutir agora são pontos específicos da proposta", afirmou. "É uma questão pacífica até em setores da esquerda sobre a necessidade da reforma para o desenvolvimento do País."
Em paralelo, Bolsonaro acertou com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, para iniciar no Congresso um debate sobre medidas de combate à violência. As ações são as primeiras de uma série que Moro pretende aprovar no combate ao crime organizado e à corrupção. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.