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'Precisamos de um Senado que custe menos ao contribuinte', diz Reguffe

Senador decidiu se candidatar à Presidência da Casa e promete acabar com benefícios, como salários extras e verba indenizatória. Economia, segundo ele, pode chegar a R$ 1,3 bilhão

Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 28/01/2019 18:04
Senador Reguffe
O senador José Antônio Reguffe (Sem partido-DF) divulgou uma nota pública nesta segunda-feira (28/1) confirmando e explicando a decisão de candidatar-se à Presidência do Senado. Eleito em 2014, Reguffe começará a cumprir a segunda metade de seu mandato.

"O Senado precisa mudar. Precisamos de um Senado mais transparente e que custe muito menos ao contribuinte do que custa hoje", afirmou o parlamentar. No documento, ele também elenca algumas medidas que pretende adotar, caso assuma o comando da Casa. Entre elas, está o fim dos salários extras para senadores, da verba indenizatória e do uso de carros oficiais; a redução do número de assessores por gabinete de 55 para 12 e o fim da aposentadoria especial para parlamentares.

Segundo Reguffe, as medidas propostas já são adotadas por ele em seu próprio gabinete. Nas contas do senador, os cortes culminaram em uma economia de R$ 16,7 milhões aos cofres públicos. Se fossem adotados pelos 81 senadores, o valor chegaria a R$ 1,3 bilhão.

Ainda na nota, Reguffe critica a "discussão de nomes" para a Presidência da Casa, em detrimento da discussão de propostas ou "compromissos objetivos". "Usarei a minha candidatura para colocar alguns temas em debate, para forçar os senadores a terem que debatê-los", diz.

Confira a nota na íntegra:

"NOTA PÚBLICA DO SENADOR REGUFFE
Decidi ser candidato à presidência do Senado. O Senado precisa mudar! Precisamos de um Senado mais transparente e que custe muito menos ao contribuinte do que custa hoje. Vejo nos últimos dias apenas uma discussão de nomes, não se discutindo propostas nem compromissos objetivos para um Senado diferente. Usarei a minha candidatura para colocar alguns temas em debate, para forçar os senadores a terem que debatê-los. O Senado é uma das casas legislativas mais caras do mundo e isso não vai mudar apenas com palavras, mas com atitudes, exemplos e se cortando na carne.
Minhas propostas:
- Fim dos salários extras dos senadores;
- Fim da verba indenizatória;
- Fim dos carros oficiais dos senadores;
- Redução do número de assessores por gabinete de 55 para apenas 12 (no meu gabinete, tenho apenas 9);
- Redução da verba para o pagamento de assessores para menos da metade da que é hoje;
- Fim do plano de saúde vitalício dos senadores;
- Fim da aposentadoria especial dos parlamentares.
Todas essas propostas eu adotei no meu gabinete no primeiro dia do mandato. E em caráter irrevogável, nem que eu queira posso voltar atrás. Com elas, só a economia direta do meu gabinete aos cofres públicos é de R$ 16,7 milhões. Sem contar a indireta, como gasolina do carro que abri mão, encargos sobre salários de servidores não contratados. Só essa economia direta multiplicada por 81 daria mais de R$ 1,3 bi. Vale lembrar que os senadores ainda tem, caso necessitem, a Consultoria Legislativa do Senado, com consultores concursados, extremamente qualificados, especializados por tema. Não se precisa ter 55 assessores em um gabinete. A tese que defendo e pratico no meu gabinete é a de que um mandato parlamentar pode ser digno e de qualidade custando muito menos ao contribuinte do que custa hoje. Além disso, precisamos também de um processo legislativo mais ágil e menos burocrático, sua lentidão desanima a sociedade brasileira. E precisamos de um Senado que seja independente, que cumpra o seu papel constitucional. O Senado Federal não deve ser um puxadinho do Poder Executivo, mas também não deve ser instrumento de barganha e chantagem junto a esse Poder. O Senado precisa mudar!
José Antonio Reguffe (Sem partido/DF)"

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